Doença pouco conhecida pode ser confundida com preguiça
O desejo de permanecer deitado constantemente pode ser sinal de um distúrbio: a clinomania. O problema é caracterizado pelo desejo incontrolável de ficar deitado, dormindo ou não. E requer acompanhamento médico.
Em entrevista ao site o UOL, Shigueo Yonekura que é neurologista explica que quem sofre de depressão também pode apresentar dificuldade na hora de sair da cama, mas por conta da melancolia, do desânimo e da falta de energia que são característicos da doença.
O clinomaníaco, por outro lado, sente-se muito confortável na cama, tem uma vontade imensa de ficar deitado e pode permanecer assim por dias –principalmente se o tempo estiver chuvoso e nublado– sem sofrer com os sinais clínicos que marcam as outras doenças. Porém, conforme afirma o psiquiatra Almir Ribeiro Tavares, coordenador do Departamento de Medicina do Sono da Associação Brasileira de Psiquiatria, a clinomania pode se estabelecer em associação com outras doenças.
O distúrbio pode afetar pessoas de qualquer faixa etária, mas mulheres entre 20 e 40 anos são mais suscetíveis. Uma explicação possível pode ser a alteração hormonal a que essas mulheres se submetem todos os meses, conforme explica Tamai. Idosos também são considerados mais vulneráveis à doença.
A boa notícia é que o distúrbio tem cura. Após o diagnóstico, o paciente pode buscar o auxílio de um psicólogo, psiquiatra, neurologista ou médico especialista em distúrbios do sono. "Alguns quadros exigem o uso de medicamentos, mas, em outros, apenas o acompanhamento psicológico, a prática de exercícios físicos e as mudanças comportamentais são suficientes para resolver o problema", declara Yonekura.
Pessoas acometidas pela clinomania são frequentemente chamadas de preguiçosas, o que é, obviamente, um equívoco. O termo “preguiça” vem do latim pigritia, que significa “aversão ao trabalho”.
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