O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, afirmou em delação premiada à Polícia Federal (PF) que viu o ex-presidente editar a chamada "minuta do golpe", documento que buscava anular as eleições de 2022 e mantê-lo no poder. Segundo Cid, Bolsonaro recebeu o texto do assessor Filipe Martins e do advogado Amauri Feres Saad, que propunham medidas como a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a convocação de novas eleições.

A delação indica que Bolsonaro fez ajustes na minuta, priorizando a ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes e a realização de um novo pleito. De acordo com investigações da PF, o plano não foi executado devido à resistência do comandante do Exército e da cúpula militar, que se recusaram a apoiar um golpe de Estado.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Bolsonaro e seus aliados, alegando que a minuta fazia parte de um plano articulado para romper a ordem democrática. Em 2024, a PF encontrou um documento semelhante na sede do Partido Liberal (PL), na sala do ex-presidente, reforçando as suspeitas de conspiração.

A defesa de Bolsonaro classificou as acusações como "estarrecedoras" e negou qualquer envolvimento do ex-presidente em ações contra a democracia. O caso segue em análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que avaliará as próximas etapas da investigação.