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Sobre o assassinato da servidora do TRT no Amazonas


Por Raimundo de Holanda

29/05/2022 18h40 — em
Bastidores da Política



Quando o noticiário mostra que alguém  morreu brutalmente pelas mãos de outra pessoa, penso nos parquês, no que originou tanto ódio, tanto desprezo pela vida. E é inevitável  me colocar na posição da vítima, violentamente  tomado pelo impacto do momento: E se fosse eu? Hoje o meu grande medo é ter medo quando a hora chegar. E desejar, desesperadamente, não partir. Claro que a morte vai bater à minha porta, como  na sua, mas que ela seja gentil e doce, que possamos estar olhando pela janela o nascer do sol.

Que ela não seja conduzida à nossa casa pela semente que fizemos brotar, nem pelo amigo que confiamos, nem pela mulher que amamos. Porque quando isso acontece - e acontece muito - as janelas se fecham para o sol e  pensamos que não fazia mesmo sentido viver.

Desculpem o devaneio. Minha intenção é comentar o assassinato da servidora do TRT, Sivanilde Ferreira Veiga. Uma brutalidade inominável. Entraram no seu apartamento, a estrangularam e em seguida a esfaquearam. O que levanta suspeita sobre pessoas da família. É que o apartamento onde a servidora residia não foi arrombado. Tudo aponta para um misto de cobiça, inveja e ódio. Ou talvez haja outros segredos ainda não revelados.

O fato é que Sivanilde pode - isso não é uma afirmação - ser mais uma de inúmeras vítimas  de uma violência que começa com a disputa de bens, onde muitas vezes filhos conspiram contra os pais e os matam de diversas formas, uma delas, tão cruel quanto as outras, é buscar a justiça para pedir sua interdição diante de suposta incapacidade para administrar seus bens.

Há outra coisa, muito cruel, que aconteceu esta semana. O assassinato de um homem pela Policia Rodoviária Federal. Não deve existir morte pior do que num camburão da PRF, transformado em  câmara de gás. 

Ao sair para a rodovia , esteja documentado, tá? E não discuta com nenhum PRF.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.