Moraes diz que contestações sobre delação de Cid "beiram má-fé" e mantém validade
O ministro Alexandre de Moraes, relator do julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta terça-feira (9) todas as questões preliminares apresentadas pelas defesas dos réus. Os advogados haviam contestado a validade da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Moraes destacou que a colaboração foi regular e voluntária, além de contar posteriormente com o aval da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Durante a leitura do voto, iniciada às 9h14, Moraes afirmou que alegar a existência de oito delações de Cid “beira a litigância de má-fé”. Segundo ele, foram prestados oito depoimentos referentes a fatos distintos dentro de uma mesma colaboração, sem contradições entre si. O ministro também ressaltou que possíveis omissões não tornam o acordo inválido.
Moraes ainda afastou a alegação de cerceamento de defesa, lembrando que todas as provas utilizadas pela PGR e pelo STF estavam disponíveis às partes desde o início do processo. Ele reforçou que documentos anexados posteriormente não foram usados para fundamentar a denúncia ou eventual condenação, já que foram incluídos a pedido das próprias defesas.
O julgamento, que envolve Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado, segue nesta terça-feira. Além de Moraes, o ministro Flávio Dino também deve apresentar seu voto. A expectativa é de que o placar seja definido até o fim do dia.
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