Defesa de Bolsonaro diz que Mauro Cid mentiu e que não há provas que liguem ex-presidente a 8/1
O advogado de Jair Bolsonaro, Pierpaolo Bottini Vilardi, iniciou sua sustentação no julgamento desta terça-feira (3) afirmando que o ex-presidente não cometeu qualquer ato contra o Estado Democrático de Direito. Segundo ele, não há provas que vinculem Bolsonaro aos planos golpistas investigados, nem mesmo nos depoimentos do delator Mauro Cid.
"Esse papel, essa minuta, essa questão, esse depoimento, não há uma única prova que atrele o presidente [ao plano] Punhal Verde e Amarelo, à Operação Luneta e ao 8 de Janeiro. Aliás, nem o delator, que mentiu contra o presidente da República, nem ele chegou a dizer participação em Punhal, em Luneta, em 8 de janeiro", disse Vilardi.
O advogado ressaltou que o processo é um julgamento histórico pela relevância do tema, mas criticou a forma como as provas foram reunidas e disponibilizadas pela Polícia Federal. Segundo ele, a defesa recebeu 70 terabytes de informações, entre documentos, celulares e computadores apreendidos, sem tempo hábil para análise adequada.
"Nós não tivemos o tempo que a Polícia Federal e o Ministério Público tiveram [para analisar as provas]. São bilhões de documentos. Eu não conheço a íntegra desse processo", declarou.
Ele também destacou que houve falhas no acesso a parte do conteúdo, citando especificamente o arquivo do general Mário Fernandes — que admitiu ter elaborado o plano “Punhal Verde e Amarelo”, prevendo atentados contra a vida do presidente Lula e outras autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes.
Por fim, Vilardi questionou a credibilidade de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e principal delator da investigação, afirmando que suas versões mudaram diversas vezes ao longo dos depoimentos e que por isso Cid "não é confiável".
ASSUNTOS: Julgamento STF 2025, Julgamento STF 2025, Brasil