Moraes aponta uso da Abin e do GSI em esquema de desinformação sobre urnas eletrônicas
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou nesta terça-feira (9) que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foram utilizados para disseminar uma “narrativa” contra a democracia. Segundo ele, a estratégia visava deslegitimar a Justiça Eleitoral e o Poder Judiciário, colocando parte da população contra as instituições e comprometendo a credibilidade das eleições.
De acordo com Moraes, a organização criminosa por trás do esquema começou a atuar em junho de 2021, usando órgãos públicos e outros réus para estruturar e divulgar informações falsas sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas. O ministro destacou que a chamada “Abin paralela” teria desenvolvido um sistema de monitoramento e perseguição de adversários políticos, como parte da tentativa de desestabilizar o Estado Democrático de Direito.
O ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, com aprovação do Senado e do chefe do GSI, é um dos réus no caso. Ele responde por golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada. A acusação afirma que Ramagem participou da produção e divulgação de desinformação em massa para atacar a Justiça Eleitoral e questionar a integridade das eleições.
A Primeira Turma do STF iniciou nesta terça-feira a votação do julgamento que pode condenar ou absolver Bolsonaro e outros sete réus do chamado “núcleo 1” da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Além de Moraes, votarão os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, que preside os trabalhos. O julgamento está previsto para se estender até sexta-feira, com sessões divididas entre manhã e tarde.
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ASSUNTOS: Julgamento STF 2025, Julgamento STF 2025, Brasil