Virginia diz à CPI das Bets que não se arrepende de divulgar apostas
A influenciadora Virgínia Fonseca afirmou nesta terça-feira (13), durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas, que não se arrepende das campanhas publicitárias feitas para empresas do setor. Convocada como testemunha, ela negou ter se beneficiado financeiramente com as perdas dos apostadores e disse que sempre alertou seus seguidores sobre os riscos das apostas online.
"Olha, senadora, eu não me arrependo de absolutamente nada do que já fiz na minha vida. Acredito que tudo serviu de ensinamento. Então, eu fiz e, hoje, estou aqui depondo para colaborar com vocês e espero que ajude.", disse a influenciadora.
A declaração foi dada após questionamento da relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que citou mensagens de internautas pedindo ajuda após prejuízos com as apostas. “Eu não tenho poder para fazer nada”, respondeu Virgínia, acrescentando que apenas uma vez um seguidor pediu apoio direto a ela por esse motivo. A influenciadora também afirmou que cumpre todas as orientações do Conar, órgão responsável por fiscalizar as propagandas publicitárias no Brasil, e não incentiva apostas como forma de enriquecimento.
Virgínia chegou ao Senado acompanhada do marido, o cantor Zé Felipe, e prestou compromisso de dizer a verdade. Ela confirmou que mantém contrato publicitário com a Blaze e que já encerrou sua parceria com a Esportes da Sorte. Segundo a influenciadora, o contrato com a antiga patrocinadora previa bônus baseado no lucro da empresa, e não nas perdas dos jogadores, como chegou a ser noticiado.
Durante a sessão, o senador Cleitinho (Republicanos-MG) elogiou a influenciadora e aproveitou o momento para tirar uma selfie com ela, o que causou incômodo entre parlamentares. O presidente da CPI, senador Dr. Hiran (PP-RR), repreendeu a atitude e reforçou que o ambiente da comissão não deve ser transformado em um "circo". Virgínia também usou o direito ao silêncio ao ser questionada sobre os valores recebidos nos contratos, mas afirmou que todos os rendimentos foram declarados à Receita Federal.
A CPI das Bets investiga o papel de influenciadores digitais na promoção de casas de apostas, possíveis impactos sociais das plataformas e eventual relação com práticas ilícitas como lavagem de dinheiro. Nesta quarta-feira (14), a comissão deve ouvir outros nomes do meio digital, como Rico Melquiades e Adélia Soares. A expectativa é de que os depoimentos ajudem a definir regras para a atuação de influenciadores nesse tipo de publicidade.
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