Manaus/AM - Um indígena, de 40 anos, foi preso nessa terça-feira (21), por estuprar a própria filha e a enteada por anos em Manaus e em São Gabriel da Cachoeira. Segundo as vítimas, a mãe sabia de tudo e ainda as agredia para que elas não denunciassem.

A prisão do acusado ocorreu em um estaleiro na capital, onde o homem trabalhava como caseiro. A delegada Joyce Coelho conta que as denúncias chegaram até à Polícia Civil no dia 22 de abril, após as duas irmãs, uma com 23 anos, atualmente, e outra de 16 anos, denunciarem o crime.

Conforme a delegada, cansada de ser estuprada, a adolescente decidiu pedir ajuda da irmã mais velha, mas o que ela não sabia é que a mulher também tinha sido vítima do homem quando a família morava em São Gabriel da Cachoeira.

“A adolescente de 16 anos, procurou a irmã mais velha de 23, relatando que dois dias antes ela havia sofrido um abuso praticado pelo próprio genitor. Contou ainda que esses abusos eram recorrentes desde que ela tinha 7 anos de idade. Uma irmã que já é independente e que mora longe da família há algum tempo. A irmã trouxe ela de imediato para a Depca e também relatou que ela própria tinha sido vítima dele dos 4 anos aos 11 anos”.

A irmã mais velha, que hoje vive longe da família, contou que na época, denunciou o padrasto para a mãe, mas a mulher foi conivente com o marido e passou a agredi-la todas as vezes que ela tocava no assunto.

O mesmo aconteceu com a adolescente, que por sua vez, relatou para a delegada que um dos estupros contra ela foi flagrado pelo irmão, que tem 17 anos. 

“Em um dos episódios, o irmão, que hoje tem 17 anos, chegou a presenciar o pai praticando os abusos, confirmou para a mãe o que ele tinha feito e, ainda assim, ela não tomou nenhuma providência”.

Além da adolescente e do irmão, uma outra adolescente de 12 anos também mora com a família, e a polícia deve investigar se ela também foi alvo do criminoso.

Diante da situação, a polícia pediu a prisão tanto do acusado quanto da esposa, contudo, a Justiça autorizou apenas a prisão do homem. Contra a mãe foi emitida uma medida protetiva que a proíbe de se aproximar ou manter qualquer comunicação com as filhas.

Preso, o homem nega os crimes, mas a polícia continua com as investigações para juntar provas contra ele. Tanto o indígena quanto a esposa vão responder pelo estupro e a mulher ainda foi indiciada pelas agressões contra as filhas. 

A delegada Joyce Coelho deve ouvir nos próximos dias o irmão das jovens para que ele relate o que presenciou.