Neste domingo 12, milhares de brasileiros tinham marcado encontro com as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), mas nem todos conseguiram chegar aos locais antes do fechamento dos portões. E lá se foi uma chance de buscar uma vaga em alguma universidade. Ou, pelo menos, tentar. É a segunda prova de 2023. No Amazonas, mais de 92 mil fizeram inscrição e, de novo, a taxa de faltosos foi a maior do país. No Brasil, como acontece todos os anos, casos sobre atrasos de candidatos não faltaram.

Um vídeo, que “viralizou” na internet, mostra um candidato de Mato Grosso que rolou por baixo do portão, segundos antes do fechamento. A iniciativa valeu a pena. Em outro caso, o candidato se deu conta de que havia deixado os documentos na motocicleta. Debaixo da torcida de quem estava por perto, ele voltou para pegar os documentos e conseguiu entrar. Outros, no entanto, perderam a prova por atraso de segundos. É o tipo de atraso que não tem perdão: nenhum tipo de apelo convence os seguranças a abrir o portão, mesmo que tenham acabado de fechar. Aí é esperar o próximo ano. 

O Enem foi criado em 1998, no governo de Fernando Henrique Cardoso e tinha como objetivo avaliar o desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica, em todo o território nacional. Paulo Renato de Souza era o ministro da Educação. Atualmente, o Enem está aberto para alunos que ainda estão no ensino médio ou já concluíram o curso em anos anteriores. Essa nova modalidade de prova acabou substituindo o antigo “exame vestibular”, depois chamado apenas de vestibular. Notas do Enem podem garantir vaga em universidades públicas e particulares e até fora do país.

Em algumas universidades, o Enem já substitui totalmente o tradicional e também difícil vestibular. Em publicações sobre educação no Brasil, pode-se ler que o Enem é o maior exame de entrada ao ensino superior. Reportagem do UOL, de 31 de outubro de 2016 (assinada por Mirthyani Bezerra), informa: “O Enem é, hoje, o maior exame desse tipo no Brasil e o segundo no mundo. Fica atrás apenas do Gao Kao, o exame de admissão do Ensino Superior da República Popular da China”. 

Existem outras formas de ingresso em universidades federais, a exemplo do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Por esse método, o MEC (Ministério da Educação) “seleciona estudantes para vagas em cursos de ensino superior de instituições públicas” (de acordo com as regras estabelecidas). Também o PSI (Processo Seletivo Interior), da Ufam (Universidade Federal do Amazonas). É uma espécie de vestibular tradicional, para preenchimento de vagas nas unidades da Ufam que funcionam em municípios do interior (Itacoatiara, Parintins, Coari, Benjamim Constant e Humaitá).

A realização no Enem neste domingo, acontecimento que mobilizou muitas centenas de amazonenses para tentar realizar o sonho de se tornar estudante universitário, merece muita atenção da imprensa. A Coluna aproveita para, mais uma vez, sugerir que a Redação do Portal do Holanda inclua o tema educação nas suas pautas. Não apenas com informações pontuais, mas também com reportagens que mostrem a realidade desse segmento no maior estado da federação. O que há para mostrar sobre a centenária Ufam e a jovem UEA (Universidade do Estado do Amazonas)? 

Quais são os cursos mais procurados nessas duas instituições públicas? Quais os menos procurados pelos candidatos? Qual o nível acadêmico dos professores? Qual o porcentual de desistência de estudantes e o que esse fato implica no ingresso de novos alunos? O mesmo vale para instituições particulares de todos os níveis. Idem para as escolas públicas municipais e estaduais. São apenas algumas interrogações. 

E dá para apostar que muita gente gostaria de saber as respostas.