PT pede cassação de Eduardo Bolsonaro por atuação contra o Brasil nos EUA
O Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou nesta quinta-feira (10) uma nova representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedindo a cassação do mandato do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O partido acusa o parlamentar de atuar, de forma reiterada, contra os interesses da República enquanto está nos Estados Unidos. O pedido é assinado pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), e pelo presidente em exercício da sigla, senador Humberto Costa (PE).
Segundo o documento, Eduardo Bolsonaro teve envolvimento direto na articulação de sanções econômicas impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump contra o Brasil, o que representaria uma violação à soberania nacional e às normas éticas da função parlamentar. Um dia antes do novo pedido de cassação, Trump anunciou a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Eduardo, que está licenciado e vive nos EUA, publicou nota em que cobra do Congresso a aprovação de anistia ao seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e pediu que as autoridades brasileiras "evitem escalar o conflito".
Para o PT, o comportamento do deputado é incompatível com o mandato que ocupa. A legenda afirma que, ao atuar por sanções contra o país, Eduardo trai o papel de representante do povo brasileiro. “Em vez de defender o Brasil, Eduardo Bolsonaro busca sanções contra brasileiros. Em vez de representar o povo, representa sua família”, diz a representação. Até o momento, o documento ainda não foi encaminhado pela Mesa Diretora da Câmara, presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB).
Também nesta quinta-feira, Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), divulgaram nota conjunta afirmando que a taxação imposta pelos EUA deve ser respondida por meio de diálogo diplomático e comercial. O Congresso aprovou neste ano a Lei de Reciprocidade Econômica, que autoriza o Brasil a retaliar sanções de outros países. Eduardo Bolsonaro está em licença não remunerada de 122 dias desde março, e diz atuar nos EUA em defesa da liberdade de expressão no Brasil.
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