Oposição desocupa plenário do Senado após mais de 47 horas
Senadores da oposição deixaram na manhã desta quinta-feira (7) o plenário principal do Senado, após manterem o espaço ocupado por mais de 47 horas em protesto. A decisão foi tomada pouco antes da sessão deliberativa marcada pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), e ocorreu após reuniões entre os parlamentares e o próprio Alcolumbre, que na noite anterior se comprometeu a discutir as pautas apresentadas pelo grupo.
O líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), classificou a retirada como um "gesto" para o restabelecimento da normalidade. Segundo ele, a ocupação serviu para abrir novamente os canais de diálogo com a presidência do Senado, que estavam rompidos havia mais de duas semanas. “Estamos desobstruindo o plenário para que os trabalhos fluam normalmente”, declarou Marinho.
Logo após a liberação do espaço, os senadores aprovaram o projeto que atualiza a tabela mensal do Imposto de Renda para Pessoa Física, mantendo a isenção para quem recebe até dois salários mínimos. O texto, já aprovado na Câmara, segue agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A oposição também comemorou a adesão de 41 senadores a um pedido para que o Senado avalie o afastamento do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Na Câmara, o movimento de obstrução já havia sido encerrado na noite anterior, após confrontos e tentativas frustradas de reação do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB). O bloqueio nos plenários, promovido por parlamentares ligados à oposição, visava pressionar a inclusão de pautas como anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, o fim do foro privilegiado e o impeachment de Moraes.
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