Moraes autoriza acareação entre Mauro Cid e ex-assessor de Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a realização de uma acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro. A medida, prevista na legislação penal, foi solicitada pela defesa de Câmara e está marcada para a próxima quarta-feira (13). A acareação ocorre quando há contradições entre depoimentos, e os envolvidos são colocados frente a frente para esclarecimentos.
Na solicitação apresentada ao STF, os advogados de Marcelo Câmara alegam que há três pontos principais que precisam ser esclarecidos. Entre eles, a acusação de que o ex-assessor teria acessado e manipulado minutas golpistas discutidas em reuniões no Palácio da Alvorada. Também será abordada a suposta participação de Câmara no monitoramento do ministro Moraes e da chapa Lula-Alckmin, além da ligação com o investigado Rafael Martins de Oliveira.
Marcelo Câmara é réu por tentativa de golpe de Estado e, segundo as investigações, integrava um núcleo do esquema golpista responsável por coletar dados e informações que poderiam subsidiar ações contra o Estado democrático de direito. Ele nega qualquer envolvimento com o monitoramento de autoridades, mas segue preso sob a suspeita de tentar acessar ilegalmente informações da delação de Mauro Cid.
Essa será a segunda acareação envolvendo Mauro Cid no caso. Em junho, ele já havia sido colocado frente a frente com o general Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. Na ocasião, Braga Netto classificou Cid como mentiroso, em mais um episódio da série de contradições entre aliados do ex-presidente investigados por tentativa de golpe.
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