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Ministros do STF elogiam Moro e presidente da OAB considera grave declarações contra Bolsonaro

Por Portal Do Holanda

24/04/2020 13h06 — em
Brasil


Foto: Divulgação/STF

Inúmeras personalidades políticas se manifestaram após o pedido de demissão do ministro Sérgio Moro, realizada nesta quinta-feira (24), alegado não aceitar interferência política do presidente Jair Bolsonaro no comando da Polícia Federal. Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello e Luís Roberto Barroso manifestaram admiração pelo ex-juiz da Lava Jato, um símbolo de combate a transformação do país no combate a corrupção. 

"A Lava Jato e a luta contra a corrupção simbolizaram uma sociedade que deixou de aceitar o inaceitável. E há pessoas que gostam mais e há pessoas que gostam menos do ministro Sergio Moro, mas o fato é que ele é o simbolo deste processo histórico. E, portanto, eu acho que isso revela, como fatos já vinham revelando, um certo arrefecimento desse esforço de transformação do Brasil", disse o ministro Luís Roberto Barroso. 

"Eu só posso afirmar que cresceu minha admiração pelo ministro Sergio Moro. É importante lembrar que a Polícia Federal não é órgão de governo, mas de Estado, como tenho lembrado sempre no plenário do Supremo Tribunal Federal”, destacou Marco Mário de Mello.

Já o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, frisou que as declarações de Sergio Moro contra as ações de interferência de Bolsonaro na PF são graves, podendo ser considerados crimes. "Foram muito graves as declarações do ministro Sergio Moro ao comunicar sua demissão, indicando possíveis crimes por parte do presidente da República. Solicitei à Comissão de Estudos Constitucionais da OAB um estudo detalhado do pronunciamento e suas implicações jurídicas. É lamentável que, no dia seguinte ao país registrar mais de 400 mortos pela pandemia, estejamos todos em meio a nova crise patrocinada pelo governo", lamentou o presidente da OAB.

Também se pronunciaram o presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe) e a Federação Nacional dos Policiais Federal (Fenapef), que lamentaram as saídas de Moro e de Maurício Valeixo, além de pediram à PF que mantenha sua autonomia. 

"Causou-me surpresa a saída do Ministro Sérgio Moro do Ministério da Justiça e da Segurança Pública neste momento de crise. Apesar de o Ministério não ter relação direta com o trabalho do Poder Judiciário Federal, que é independente, esperamos que o próximo chefe da pasta mantenha uma política de Estado, focando nos grandes temas nacionais, como o combate à criminalidade organizada, à corrupção, ao enfrentamento do tráfico de drogas e armas, além de respeitar autonomia da Polícia Federal. Preocupa, principalmente, que o ministro tenha saído alegando alegando a tentativa de pressões políticas na autonomia da PF, o que é extremamente ruim para o Brasil", declarou o presidente da Ajufe, Fernando Mendes.

"A Fenapef lamenta profundamente o pedido de demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e também a exoneração do Diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. A entidade entende que o ministro Sérgio Moro cumpriu seu papel com dedicação e comprometimento, garantindo a independência da Polícia Federal durante todo o período que ocupou o cargo. Com relação a Maurício Valeixo, havia uma situação de tensão que se arrastava desde 2019, com o anúncio de sua possível saída. Ainda assim, Valeixo, um profissional sério e dedicado à Polícia Federal, manteve seu compromisso com os policiais federais até sua exoneração. Para a diretoria da entidade, independentemente de quem ocupe o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Direção-geral da PF, a Polícia Federal precisa manter sua linha de autonomia e independência nos trabalhos e investigação”, posicionamento da Fenapef. 


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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