Investigação sobre Ramagem leva à prisão de filho de garimpeiro em Roraima
Celso Martins Mello, filho do empresário do garimpo Rodrigo Martins Mello, conhecido como Rodrigo Cataratas, foi preso neste fim de semana em Boa Vista (RR) no âmbito da investigação que apura uma suposta ajuda na fuga do deputado federal Alexandre Ramagem para fora do país. A informação foi divulgada pelo próprio empresário.
Celso já havia sido preso em 2022, sob suspeita de exploração ilegal de ouro na Terra Indígena Yanomami, mas foi solto dias depois. Em nota, a assessoria de Rodrigo Cataratas informou que o mandado de prisão atual foi expedido por determinação do ministro Alexandre de Moraes. A defesa sustenta a inocência de Celso e afirma que irá recorrer da decisão, destacando o respeito ao devido processo legal e à presunção de inocência.
Na semana passada, Rodrigo Cataratas se manifestou após reportagens apontarem que ele estaria sendo investigado pela Polícia Federal. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o empresário negou qualquer participação em fuga, afirmou que Ramagem não possuía condenação à época e alegou ser alvo de perseguição política.
Rodrigo Cataratas é pré-candidato ao Senado pelo PRD e já disputou uma vaga na Câmara dos Deputados em 2022. Ele responde a investigações por crimes ambientais e por ligação com o garimpo ilegal em Roraima, além de ter sido denunciado pelo Ministério Público por suspeita de envolvimento em ataques a bens do Ibama e da Polícia Federal em 2021.
Ainda em 2022, o Ministério Público Federal em Roraima denunciou o empresário por suspeita de liderar uma organização criminosa ligada ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. Segundo o MPF, o grupo utilizava uma ampla estrutura logística, com aeronaves e empresas, e teria causado danos ambientais estimados em R$ 36,8 milhões, valor que o órgão pede como indenização em favor do povo yanomami.
As investigações apontam que o grupo teria movimentado mais de R$ 200 milhões em cerca de dois anos e utilizado dezenas de aeronaves, algumas associadas a contratos públicos de transporte aéreo. Rodrigo Cataratas e empresas ligadas a ele negam as acusações, afirmam atuar legalmente na mineração e sustentam que há perseguição institucional nas apurações.
Veja também
ASSUNTOS: Brasil, Roraima