Haddad diz que terras raras brasileiras podem ser negociadas com os EUA
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse, nesta segunda-feira (4), que as terras raras brasileiras podem entrar na negociação com os EUA na discussão sobre o tarifaço imposto aos produtos do Brasil.
"Em se tratando da maior economia do mundo, o Brasil pode participar mais do comércio bilateral e, sobretudo, de investimentos estratégicos. Nós temos minerais e terras raras. Os Estados Unidos não são ricos [nestes minérios]. O Brasil pode fazer acordo de cooperação para produzir baterias mais eficientes, acordos na área tecnológica. Nós temos muito a aprender, e também a ensinar", disse o ministro em entrevista à Band News Tv.
"A gama de setores em que interessa o Brasil, uma parceria com os Estados Unidos, é enorme. Outra coisa importante, nós não queremos que só a China, ou agora com a União Europeia, a União Europeia invista no Brasil. Nós queremos que os Estados Unidos invistam também. Nós somos um país grande demais para servir de satélite de um bloco econômico, seja asiático, europeu ou estadunidense. Nós precisamos diversificar cada vez mais", disse Haddad.
O ministro também disse acreditar que o tarifaço de Trump será revertido pelo Brasil. "A negociação sequer começou. Isso [o tarifaço] é uma coisa que, na minha opinião, vai mudar, com diálogo". Porém, continua Haddad, caso as sanções propostas por Trump permaneçam, o impacto não será grande o bastante para atrapalhar o estágio atual da economia brasileira.
Segundo o ministro, apenas um terço das exportações brasileiras para os Estados Unidos, o equivalente a 4% de todas as exportações do Brasil, vai ser afetado pela tarifa de 50%. E, deste um terço, "mais da metade vai encontrar destino alternativo, porque são commodities com preços regulados pelo mercado global, e não pelos Estados Unidos", argumentou o ministro. "Não vai ter dificuldade de redirecionar", garantiu.
Com informações da agência Gov
Veja também
ASSUNTOS: Brasil