Brasil entra na lista dos 10 países mais perigosos do mundo em 2025
Um levantamento da organização internacional ACLED colocou Brasil, México, Equador e Haiti entre os dez países mais perigosos do mundo em 2025. O índice, divulgado nesta quinta-feira, analisa mortalidade, risco para civis, extensão territorial dos conflitos e a atuação de grupos armados. O México aparece na quarta posição, atrás apenas de regiões em guerra como Palestina, Mianmar e Síria.
O Equador registrou a maior escalada no ranking, saltando 36 posições em um ano devido ao avanço de confrontos entre facções criminosas. O país enfrenta recordes de homicídios e instabilidade provocada por disputas entre gangues como Los Lobos e Los Choneros, além da crescente importância do território equatoriano no tráfico internacional de drogas. Já Brasil e Haiti ocupam, respectivamente, as sétima e oitava posições, com violência impulsionada por grupos armados que disputam áreas urbanas e exploram cenários de fragilidade institucional.
No México, a ACLED aponta que o aumento da violência está ligado, principalmente, à guerra interna no Cartel de Sinaloa após a prisão de um de seus líderes, Ismael “El Mayo” Zambada. O conflito teria provocado reorganização criminal em vários estados e ampliado índices de homicídios. A entidade também destaca os ataques contra políticos e agentes públicos, que somaram 360 episódios no último ano, incluindo assassinatos relacionados a disputas de poder locais.
O relatório mostra que a deterioração da segurança se repete em diferentes países da América Latina, apesar de medidas adotadas pelos governos — como o envio de mais forças policiais ou militares às ruas. Segundo analistas da ACLED, a militarização tende a reduzir a violência apenas no curto prazo e, a médio e longo prazo, pode fragmentar ainda mais as organizações criminosas, intensificando confrontos e estimulando abusos por parte das forças do Estado.
A avaliação da organização indica que o cenário regional continuará desafiador, impulsionado tanto por pressões internas quanto por estímulos externos, como a política de tolerância zero apoiada por setores da sociedade e por governos estrangeiros. O ranking completo aponta Palestina, Mianmar e Síria como os três territórios mais perigosos do mundo, seguidos por México, Nigéria, Equador, Brasil, Haiti, Sudão e Paquistão.
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