Defesa diz que dono do Banco Master corre risco de morte em prisão
Após ser detido pela Polícia Federal (PF) na semana passada, quando tentava embarcar em Guarulhos, o banqueiro Daniel Vorcaro, ex-controlador do Banco Master, foi transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 da cidade. Segundo a sua equipe de defesa, liderada pelo advogado Roberto Podval, a integridade física e a vida do banqueiro estão sob sério risco na unidade.
A defesa argumenta que ele está exposto a um ambiente hostil, convivendo com outros detentos e submetido a condições que configuram uma situação de extremo perigo.
A prisão de Vorcaro se deu em meio a acusações de uma fraude bilionária – no valor de R$ 12 bilhões – envolvendo a venda de carteiras de crédito ao Banco de Brasília (BRB). A detenção ocorreu sob a justificativa de risco de fuga, já que, de acordo com a PF, ele estaria a caminho de Malta.
No entanto, a defesa contesta, alegando que o banqueiro havia notificado o Banco Central (BC) sobre uma viagem a Dubai para finalizar a venda do Master. A polêmica é adensada pelo fato de o BC ter decretado a liquidação da instituição financeira de Vorcaro na mesma semana de sua prisão, frustrando uma anunciada aquisição pelo BRB.
O apelo urgente da defesa foi formalizado por meio de um pedido de reconsideração de habeas corpus junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Divisão (TRF-1), buscando reverter a decisão que o manteve preso no CDP de Guarulhos. A alegação central dos advogados é a ilegalidade da prisão, que, segundo eles, carece de novos fundamentos factuais e poderia ser substituída por medidas cautelares menos drásticas. O Ministério Público Federal (MPF), por sua vez, já se manifestou contra a soltura de Vorcaro, mantendo a pressão judicial sobre o banqueiro.
Enquanto aguardam a decisão do TRF-1, os representantes legais de Daniel Vorcaro também direcionaram seus esforços ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde está pendente a análise de outro pedido de liberdade.
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