Danças e maquiagens: entenda a adultização infantil denunciada por Felca
O debate sobre a adultização de crianças e adolescentes voltou ao centro das discussões no país após o influenciador Felca publicar um vídeo no YouTube denunciando a prática, que já ultrapassou 35 milhões de visualizações. Nesta sexta-feira (15), Hytalo Santos, citado no conteúdo, foi preso em São Paulo, repercutindo nacionalmente a denúncia.
Hytalo Santos é preso em São Paulo suspeito de exploração de menores
Especialistas explicam que a adultização ocorre quando crianças são expostas precocemente a comportamentos, conteúdos e responsabilidades típicas da vida adulta, incluindo padrões estéticos e pressão por maturidade precoce. Para psicólogos e juízes, o fenômeno pode gerar descompasso entre o que é exigido da criança e sua capacidade emocional e cognitiva.
As consequências são amplas e duradouras, segundo Ana Claudia Favano, psicóloga e pedagoga. Crianças adultizadas apresentam maior risco de ansiedade, insegurança corporal, baixa autoestima, dificuldades de socialização e queda no desempenho escolar. Além disso, o processo aumenta a vulnerabilidade à sexualização precoce, exploração sexual e trabalho infantil, alerta Renata Greco, psicanalista e gerente de comunicação do Instituto Liberta.
Felca denuncia influencer Hytalo Santos por sexualização de menores; vídeo
A fiscalização das redes sociais é um desafio para a Justiça. Segundo Iberê de Castro Dias, magistrado da Vara da Infância e Juventude de São Paulo, a responsabilização de conteúdos envolvendo crianças depende do apoio das plataformas digitais, que devem monitorar, fiscalizar e encaminhar casos aos órgãos competentes. Uma comissão especial será criada na Câmara para discutir regulamentação das redes e elaboração de projeto de lei.
Para especialistas, o problema se intensifica com o acesso precoce das crianças às redes sociais e a publicação constante de conteúdo familiar. Pais e responsáveis devem adotar ferramentas de controle parental, oferecer experiências adequadas à idade e dialogar sobre limites e riscos da internet, reforçando a proteção e o desenvolvimento saudável dos filhos.
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