Fisiculturista é condenado por matar funcionário da Enel em São Paulo
O fisiculturista Randal Rossoni foi condenado nesta quinta-feira (11), a 14 anos de prisão pelo assassinato de Odail Maximiliano Silva Paula, funcionário terceirizado da Enel. O crime, ocorrido no ano passado na Zona Leste de São Paulo, chocou a capital pela sua brutalidade e motivação. O réu, julgado pelo Tribunal do Júri, foi responsabilizado por homicídio qualificado por motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa da vítima, após o trabalhador ter se recusado a religar a energia da academia do fisiculturista, que estava com o pagamento em atraso. Embora Rossoni tenha confessado o ato, ele alegou ter agido em legítima defesa, tese que foi rejeitada pelos jurados.
A tragédia teve início na rua Antônio Carlos Lamego, onde Odail e um colega de trabalho realizavam o desligamento da energia da academia de Rossoni devido à inadimplência. Segundo as investigações, o fisiculturista iniciou uma discussão acalorada com o trabalhador e tentou agredi-lo. A vítima e seu colega conseguiram deixar o local e seguiram para o próximo ponto de trabalho, na Avenida São Miguel. Contudo, em uma escalada assustadora de violência, Rossoni os perseguiu e, ao encontrá-los novamente, efetuou disparos contra Odail Maximiliano.
A vítima foi imediatamente socorrida e encaminhada a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos e veio a falecer. Randal Rossoni fugiu após o crime, mas posteriormente foi a julgamento. A juíza Patrícia Álvares Cruz, em sua sentença, destacou a intensa culpabilidade do réu. "É certo que se trata de crime gravíssimo, revelador da intensa culpabilidade do acusado. Basta dizer que matou o ofendido tão somente porque o jovem trabalhador, no cumprimento do seu dever, procedeu à interrupção do fornecimento de energia elétrica de seu estabelecimento comercial", afirmou a magistrada, sublinhando a futilidade da motivação.
O Tribunal do Júri, composto por cidadãos comuns, reconheceu a materialidade e a autoria do assassinato, culminando na condenação de 14 anos de reclusão. A decisão ainda cabe recurso por parte da defesa do fisiculturista.
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