Brasil vai recorrer contra tarifa de 50% imposta por Trump, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (31) que o governo federal vai anunciar, nos próximos dias, um plano de proteção a setores atingidos pela sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Segundo ele, apesar do impacto, o decreto assinado pelo presidente Donald Trump representou um "ponto de partida melhor do que o esperado" nas negociações.
A sobretaxa atinge cerca de 43% do valor total das exportações brasileiras aos EUA, segundo a Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil). Produtos como café, carne bovina e frutas foram diretamente impactados. “Há setores em situação dramática que precisam ser revistos imediatamente”, disse Haddad, apontando que a medida gerou distorções e injustiças.
O decreto norte-americano também excluiu cerca de 700 itens da cobrança extra, beneficiando áreas estratégicas como os setores aeronáutico, energético e parte do agronegócio. Mesmo assim, associações como a ABIEC (Indústria Exportadora de Carnes) alertaram que a nova tarifa pode inviabilizar as exportações de carne bovina ao mercado norte-americano.
Entre as ações que estão sendo preparadas, o governo prevê linhas de crédito para empresas afetadas, além de possíveis medidas semelhantes às adotadas na pandemia da Covid-19, como o adiamento de tributos e apoio à manutenção de empregos. Os atos estão sendo finalizados pelo Ministério da Fazenda e serão encaminhados à Casa Civil.
Além do plano emergencial, Haddad afirmou que o Brasil vai recorrer da decisão dos EUA, tanto por vias diplomáticas quanto em organismos internacionais. “Vamos apresentar nossos argumentos para mostrar que essa decisão não é boa nem para o Brasil, nem para a América do Sul, nem para o consumidor americano”, disse o ministro.
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