Juiz marca julgamento de engenheiro por morte no viaduto na Torquato Tapajós
Manaus/AM- O processo contra o engenheiro mecânico Fábio da Silva Moreira, acusado de ter causado um acidente fatal ao dirigir na contramão em Manaus, terá prosseguimento com a marcação da audiência de instrução e julgamento. A decisão é do juiz Luís Alberto Nascimento Albuquerque, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Manaus.
Fábio Moreira é réu pelos crimes de homicídio culposo na direção de veículo e lesão corporal culposa no trânsito após o acidente ocorrido na manhã de 8 de abril de 2024.
Por volta das 5h15, no movimentado Viaduto Plínio Ramos Coelho, conhecido como viaduto de Flores, nas proximidades da Rodoviária de Manaus, Fábio Moreira invadiu a contramão. Ele subia o viaduto em direção à zona norte quando atingiu em cheio a motocicleta conduzida pelo mototaxista Irivaldo Silva da Conceição, que levava sua esposa, Cinthia Gonçalves Melo, para o trabalho.
Com a violência do impacto, a motocicleta e a frente do carro ficaram completamente destruídas. Irivaldo Silva morreu no local. Seu corpo foi arremessado e parou sobre o para-brisa do carro, em uma cena presenciada por inúmeras pessoas que passavam pelo local.
A esposa do mototaxista, Cinthia, foi arremessada por alguns metros e sofreu fraturas nas pernas. Ela foi socorrida e internada no Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto, onde permaneceu por 23 dias.
Após o acidente, Fábio Moreira foi levado ao Detran, mas se recusou a fazer o teste do bafômetro. Posteriormente, foi autuado em flagrante na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros por homicídio culposo e lesão corporal culposa no trânsito. Ele foi liberado após pagamento de fiança de R$ 14,1 mil. Em depoimento, o engenheiro alegou cansaço devido à rotina "pesada" de trabalho.
Em julho de 2024, mais de um ano após a tragédia, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) apresentou denúncia contra Fábio Moreira. A promotora de Justiça Rogeanne Oliveira Gomes Da Silva e Cavalcanti atribuiu ao réu os crimes e agravou a denúncia com a condição de embriaguez alcoólica.
A promotora baseou-se em depoimentos de testemunhas que relataram que o engenheiro “apresentava sinais de que estava sob efeito de substancia alcoólica, andava sem equilíbrio, sonolência e dificuldades ao falar”. Embora o laudo toxicológico feito 17 dias após o fato tenha dado negativo para álcool e cocaína, a recusa ao bafômetro e os depoimentos das testemunhas sustentam a acusação mais grave.
O inquérito policial chegou a ficar paralisado por mais de 100 dias devido à falta de laudos periciais. O laudo toxicológico de Fábio e o exame de corpo de delito de Cinthia só foram incluídos no processo em maio deste ano.
A denúncia do MP-AM foi aceita pelo juiz Luís Nascimento Albuquerque no mês passado. Na última terça-feira (23), o magistrado ordenou o prosseguimento do feito com a determinação de que seja marcada a data para a audiência de instrução e julgamento, onde serão ouvidas testemunhas e o réu, que atualmente reside em Altamira (PA), será interrogado.
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