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Suspeita de envenenar bolo no litoral do RS é encontrada morta dentro da prisão

Por Folha de São Paulo

13/02/2025 17h00 — em
Variedades



PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - A Polícia Penal do Rio Grande do Sul afirmou na manhã desta quinta-feira (13) que Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar um bolo no litoral do Rio Grande do Sul, foi encontrada morta na prisão.

Ela tinha 42 anos e era suspeita de envenenar familiares com arsênio contido em um bolo na antevéspera de Natal, na cidade litorânea de Torres (a 190 km de Porto Alegre).

Deise foi achada sem vida durante a conferência matinal na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba (na região metropolitana da capital). Há uma semana, a mulher havia sido transferida de Torres para a unidade prisional por questão de segurança.

"Imediatamente, os servidores prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência que, ao chegar no local, constatou o óbito", diz nota da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários) do Rio Grande do Sul.

Segundo a autoridade gaúcha, Deise estava sozinha na cela, e ainda serão investigadas as circunstâncias da morte pela Polícia Civil e pelo IGP (Instituto-Geral de Perícias).

À Folha de S.Paulo o chefe da Polícia Civil do RS, delegado Fernando Sodré, disse que a transferência de Deise, de Torres para o presídio feminino de Guaíba, foi feita justamente para que ela pudesse ficar em uma cela isolada, sem correr risco de sofrer retaliação por parte das outras presas.

De acordo com o delegado, os policiais penais encontraram ela já desacordada, fizeram procedimento de reanimação e chamaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas ela já estava morta.

"É preciso esperar o laudo, para confirmar o que a gente tem apresentado", disse ele. "Todos os detalhes apontam para um suicídio."

Ele também afirma que a investigação do caso de envenenamento do bolo continua em andamento, e a polícia mantém a previsão de que ela seja encerrada em 20 de fevereiro, com uma entrevista coletiva marcada para o dia seguinte.

O caso do bolo envenenado de Torres chocou o país. Sete pessoas da família estavam reunidas na antevéspera do Natal de 2024, quando seis delas começaram a passar mal após consumirem pedaços de um bolo. Um deles não ingeriu o doce, preparado por Zeli dos Anjos, sogra de Deise, no município de Arroio do Sal.

A polícia trabalha com a hipótese de que Deise teria envenenado a farinha que a sogra utilizou para preparar o bolo. À época, a perícia encontrou altas dosagens de arsênio no ingrediente.

Seis pessoas consumiram o alimento, resultando em três mortes: Maida Berenice Flores da Silva, 59, Neuza Denize Silva dos Anjos, 65, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47, respectivamente irmãs e sobrinha de Zeli.

Um menino de dez anos, filho de Tatiana, também ingeriu o bolo e chegou a ser internado, mas recebeu alta logo depois. Zeli teve alta hospitalar após três semanas de internação.

Deise Moura dos Anjos estava presa preventivamente desde o dia 5 de janeiro, suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e uso de veneno.

A polícia também encontrou notas de compra de arsênio em um celular de Deise que foi apreendido.

Na quarta-feira (12), o IGP divulgou laudo apontando que os alimentos levados por Deise ao hospital quando foi visitar sua sogra não continham veneno.

Os peritos analisaram diferentes itens levados por ela: um torrone, quatro bombons, quatro barras de cereal, um pacote de biscoito, um pacote de chiclete, uma garrafa de suco, um pastel e um canudo.

A polícia traçou um perfil da mulher como sendo "manipuladora" e "fria", e investiga possíveis homicídios em série.

Um dos episódios suspeitos é a morte de José Lori da Silveira Moura, pai de Deise, ocorrida em 2020, aos 67 anos, que na época foi atribuída à cirrose.


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