Quando um descuido atrapalha a mensagem
Nesta quarta-feira 6, em votação apertada, com apenas três votos de diferença, vereadores aprovaram pedido do prefeito David Almeida (Avante), autorizando-o a emprestar R$ 580 milhões do Banco do Brasil. Dinheiro para o chefe do Executivo municipal realizar obras de infraestrutura e mobilidade urbana. Pedido semelhante, no valor de R$ 600 milhões, havia sido rejeitado no dia 8 de novembro, quando a votação ficou 19 a 19 e o presidente da CMM (Câmara Municipal de Manaus), Caio André (Podemos), usou o chamado voto de Minerva e desempatou contra a autorização. Agora, com uma redução de R$ 20 milhões, 21 vereadores votaram a favor e 18, contra.
Toda essa movimentação foi divulgada no Portal do Holanda, a exemplo de outros veículos de comunicação. Inclusive no mesmo dia da aprovação do segundo pedido de empréstimo, o portal informou que David Almeida havia voltado de Brasília com um “aporte de R$ 160 milhões, para investimentos em Manaus”. Recursos de emendas parlamentares de dois senadores e seis deputados federais, “que sinalizaram, de forma positiva, os aportes de recursos para a cidade em diversas áreas”. O texto cita infraestrutura, serviços de limpeza e desassoreamento de igarapés e implementação de novos restaurantes comunitários na capital.
Só um detalhe faltou esclarecer: o nome dos senadores e dos deputados federais que não destinaram verbas para a prefeitura de Manaus. Afinal, a bancada parlamentar do Amazonas é formada por três senadores e oito deputados federais. No texto, o leitor não tem essa informação, que é básica. Um grande descuido da Redação. O nome e a ação de cada parlamentar na citada questão, deveriam estar registrados. Num texto jornalístico, o leitor não precisa tentar “adivinhar” nada, porque toda a mensagem deve ser clara, direta, objetiva.
Nesse exemplo, se o leitor do Portal do Holanda não buscou outras fontes de informação, ficará sem saber o nome do senador que não prometeu verba parlamentar para a prefeitura de Manaus. Idem o nome de dois deputados federais na mesma situação. Quem seriam eles? A Redação não teve, digamos, curiosidade de esclarecer um simples detalhe. Na verdade, esse tipo de “esquecimento” não é inédito. Já teve caso em que foi citada uma declaração, com aspas e tudo, mas a frase tinha apenas o cargo do personagem, não o seu nome. A coluna tem feito alerta sobre essas pequenas falhas, que podem ser corrigidas com um pouco mais de atenção.
A correria ou pressa para publicar matéria, a ânsia de publicar um “furo”, ou talvez o medo de “levar um furo” da concorrência, não pode justificar uma falha que prejudique o conteúdo da mensagem.
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