Mauro Cid planeja livro e avalia mudar-se para os EUA após delação premiada
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), planeja lançar um livro relatando sua experiência ao lado do ex-presidente e os bastidores do processo que resultou na condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão. Beneficiado por delação premiada na ação sobre o chamado plano de golpe, Cid retoma a iniciativa após ter sido preso em março de 2023.
Cid ainda aguarda o trânsito em julgado da sentença e a resposta do Exército sobre seu pedido de passagem para a reserva. Ele avalia, inclusive, mudar-se para os Estados Unidos, onde vivem sua filha mais velha e seu irmão. Amigos recomendam cautela após a exposição pública, mas ele afirma que permaneceria no país caso surja oportunidade de atuar como consultor na iniciativa privada.
A delação de Mauro Cid foi confirmada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo com questionamentos de outros réus. O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, ressaltou que os depoimentos prestados à Polícia Federal não apresentaram contradições, validando a colaboração. Após a concessão do benefício, Cid passou a receber críticas de apoiadores de Bolsonaro, incluindo o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que o chamou de “traidor”.
Recentemente, a defesa de Cid solicitou ao STF a retirada da tornozeleira eletrônica e a declaração de cumprimento de pena, argumentando que o tenente-coronel já cumpre há mais de dois anos e quatro meses as restrições de liberdade. Antes do julgamento, Cid havia decidido deixar o Exército, alegando que sua carreira militar estava encerrada e que permanecer no cargo de ajudante de ordens apenas atrapalhou sua vida pessoal e profissional.
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ASSUNTOS: Julgamento STF 2025, Julgamento STF 2025, Brasil