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Delação de Funaro já está no gabinete de Fachin no Supremo

Por Portal Do Holanda

29/08/2017 17h51 — em
Brasil


O doleiro Lucio Bolonha Funaro fechou acordo de delação premiada com o MPF - André Coelho / Agência O Globo 17/07/2017

BRASÍLIA - O operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro já concluiu a série de depoimentos relativos ao acordo de delação premiada que fez com o Ministério Público Federal, segundo disse ao GLOBO uma fonte que acompanha o caso de perto. A delação está no gabinete do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Informações da delação de Funaro deverão abastecer a segunda denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer.

Nas tratativas iniciais com vistas à delação, Funaro teria prometido falar sobre assuntos relacionados a Temer e um expressivo número de políticos, sobretudo daqueles que tiveram campanhas financiadas em negociações intermediadas pelo ex-deputado Eduardo Cunha. Depois das devastadoras delações da Odebrecht e JBS, alguns políticos em Brasília passaram a acreditar que o estoque de acusações sobre corrupção estava esgotado. Uma fonte que conhece os caminhos percorridos pelo operador afirma que esta conclusão é equivocada.

Funaro teria feito revelações consistentes. As primeiras informações fornecidas por Funaro, antes mesmo do início das negociações do acordo, levaram à prisão o ex-ministro Geddel Vieira Lima, um dos principais aliados de Temer. Num depoimento à Polícia Federal, o operador disse que o ex-ministro telefonou diversas vezes para a mulher dele recentemente. Nas ligações, Geddel teria "sondado" a disposição dele, Funaro, de delatar.

No interrogatório, o operador também reforçou parte das acusações do empresário Joelsey Batista, um dos donos da JBS, contra o presidente. Funaro disse que, de fato, Geddel atuava como interlocutor de Batista no governo. A substituição de Geddel pelo ex-assessor Rodrigo Rocha Loures na intermediação dos interesses da JBS teria sido um dos motivos centrais da conversa entre Batista e Temer no Palácio do Jaburu, na noite de 3 de março. Geddel, hoje em prisão domiciliar, acabou sendo detido por tentativa de atrapalhar a Lava-Jato.

A conversa, gravada por Batista, é o ponto de partida da delação do empresário e de mais seis executivos da JBS contra Temer e outros políticos. Funaro teria falado também sobre a intermediação de um repasse de R$ 4 milhões da Odebrecht para o PMDB de São Paulo a pedido de Temer. Os R$ 4 milhões fariam parte de um total de R$ 10 milhões acertados por Temer, o ministro Eliseu Padilha


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: delação funaro, Lava Jato, Temer, Brasil

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