Túmulo de 'menina sem nome' é o mais visitado de Recife
Um crime misterioso ocorrido em 23 de junho de 1970, na Praia do Pina, em Recife, Pernambuco, tornou-se uma das maiores lendas do estado e um dos túmulos mais visitados do Brasil.
Tudo teria começado com o vendedor de coco Arlindo José da Silva, que encontrou o corpo de uma menina de aproximadamente 8 anos, cuja identidade nunca foi identificada e cujo corpo nunca foi procurado. A garota estava com as mãos amarradas, uma corda no pescoço e estava completamente nua.
Mas após ser enterrada como indigente em 3 de julho do mesmo ano, no Cemitério de Santo Amaro, ficou conhecida como a sepultura da “Menina Sem Nome” e a partir dali surgiram vários relatos de pessoas que dizem ter alcançado pedidos feitos a ela tanto de ordem material quanto de saúde.
A morte da “Menina sem Nome” causou comoção e o vendedor de coco Arlindo José da Silva tornou-se o primeiro suspeito pelo crime, investigado pela polícia.
Arlindo foi até preso, mas sem prova alguma, a polícia o soltou. As investigações chegaram ao mecânico Geraldo Magno de Oliveira, que teria confessado o crime, após passar a noite com a menina.
De acordo com Geraldo, ele teria ofertado a ela 5 cruzeiros pelo para passar a noite com ele, mas foi agredido verbalmente como vigarista e velhaco, o que lhe deixou com raiva e lhe levou a cometer o crime bárbaro.
Sua prisão preventiva foi decretada e Geraldo acabou assassinado na cadeia antes de ser julgado.
MENINA SEM NOME
O que chama a atenção nessa história é que o corpo da menina nunca foi identificado e por isso, o caso ficou conhecido como a “Menina sem Nome”, colocado na sepultura.
De acordo com matéria do site UOL, o corpo da garota ficou por duas semanas no Instituto de Medicina Legal (IML) de Recife e com o aval da Secretaria de Segurança Pública, foi enterrado como de indigente em 3 de julho de 1970.
A partir dessa data, “aquela que parecia estar sozinha, jamais deixou de estar acompanhada após seu sepultamento”, pois vários moradores passaram a atribuir conquistas reforçando o nascimento da lenda dos milagres da “Menina Sem Nome”.
A partir de então, o túmulo se tornou um dos mais conhecidos e visitados do país, com pessoas ofertando doces, flores, brinquedos, perfumes e centenas de cartas com agradecimentos.
No Dia de Finados, em 2 de novembro, é um dos mais recebe flores, presentes e homenagens.
A história virou, inclusive, tema de um documentário do jornalista e cineasta Adriano Portela, destacando o fato da história ter ficado enraizada na cultura de Pernambuco. “Todo mundo já escutou falar da história. O caso deixou de ser um fato jornalístico e se tornou lenda a partir da história da exumação e dos milagres”, disse ele Adriano, no documentário.
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