Primeiro medalhista de ouro olímpico do Brasil foi um tenente do Exército
O primeiro medalhista de ouro brasileiro em uma olimpíada foi Guilherme Paraense, que dá nome a uma rua em Manaus, no bairro de Adrianópolis.
Paraense venceu a prova de pistola rápida, na prova de desempate individual e assim conquistou a primeira medalha de ouro olímpica brasileira, no dia 3 de agosto de 1920, conforme dados do site Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Wikipédia.
Nascido em Belém, capital do Pará, era tenente do Exército, morava no Rio e foi atleta do Fluminense Football Club.
Os jogos olímpicos daquele ano aconteceram na Antuérpia, cidade portuária da Bélgica, no ano de 1920. O Brasil participou com uma delegação de 21 esportistas de modalidades como natação, polo aquático, saltos ornamentais, remo e tiro esportivo.
Os atletas viajaram no Curvello, todos por conta própria, pois o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) não organizou a viagem oficial. A viagem, que durou 27 dias, foi feita de terceira classe, foi precária, pois os camarotes eram pequenos e sem ar, o que obrigava os atletas a dormir no chão do bar, após a saída do último cliente, precisando acordar cedo para treinar improvisadamente no convés.
ROUBO DE ARMAS
Durante a passagem do navio na Ilha da Madeira, os atletas de tiro foram avisados de que a embarcação não chegaria na Antuérpia a tempo de participarem das provas dessa modalidade, o que os fez descer em Lisboa, de onde foram de trem até a Bélgica. Detalhe da viagem é que o trem era aberto, sem proteção contra chuva e sol.
Na conexão em Bruxelas, outro incidente marcou o trajeto da equipe. Parte das armas e a munição de Paraense foram roubadas.
Diante de tantas dificuldades como falta de alimentação adequada e material esportivo, a equipe brasileira de tiro (formada por Afrânio Costa (capitão), Sebastião Wolf, Dario Barbosa, Fernando Soledade, Demerval Peixoto, Mario Maurity e Guilherme Paraense), recebeu ajuda dos demais atletas.
Uma ajuda das mais importantes veio dos atiradores americanos, que pela Colt, com as quais os brasileiros derrotaram seus benfeitores, ganhando ouro, prata e bronze no Tiro.
Guilherme Paraense ganhou o ouro com sua própria arma, uma pistola, no dia 3 de agosto de 1920, guardada até hoje pela filha dele, Oysis Paraense Ferreira. Também ganhou medalha de bronze por equipe na prova de pistola livre.
Afrânio Costa ganhou a medalha de prata na prova de tiro livre individual e em equipe eles ganharam medalha de bronze na prova pistola livre.
Ao retornar com a equipe, em viagem mais agradável, pois Paraense foi recebido pelo então presidente da República Epitácio Pessoa e foi brindado com uma placa de ouro comemorativa.
Em 1989 foi homenageado pelo Exército Brasileiro, que batizou com o nome “Polígono de Tiro Tenente Guilherme Paraense” o conjunto de estandes de tiro da Academia Militar de Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ).
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