Milagres comprovados pelo Vaticano e a canonização da Irmã Dulce
Dois milagres atribuídos à primeira santa genuinamente brasileira, Santa Dulce dos Pobres, antes conhecida como Irmã Dulce, foram fundamentais para a canonização dela, oficializada pelo Papa Francisco em outubro de 2019.O primeiro milagre, atribuído a ela, ocorreu em 2010, quando Claudia Cristina dos Santos, moradora de Itabaiana, Sergipe, sofreu uma grande hemorragia que a deixou entre a vida e a morte durante o parto de seu segundo filho. Após passar por três cirurgias, Cláudia socorreu-se em oração à Irmã Dulce e foi salva, procedimento investigado pelo Vaticano.
Outro milagre reconhecido pelo Vaticano foi o episódio em que Irmã Dulce se encontrou com José Maurício Moreira, diagnosticado com glaucoma aos 22 anos. Moreira vivia em Salvador e acabaria cego em 2000 e assim permaneceu durante 14 anos.
No ano de 2014, acometido de uma conjuntivite, José sofreu com dores fortes e ao colocar uma fotografia da Irmã Dulce sobre os olhos, pediu pela intervenção da santa dos pobres. Para sua surpresa e felicidade, no dia seguinte, havia voltado a enxergar.
CADEIRA
Entre outros fatos curiosos da vida dessa baiana, nascida como Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, mas conhecida como Irmã Dulce, existe um relacionado com a gestação de sua irmã mais nova, contado em sua biografia.
Por mais de 30 anos ela cumpriu a promessa de dormir em uma cadeira. Isso porque em 1955, Dulcinha, irmã dela, viveu momentos de aflição durante uma gravidez de risco.
Ao tomar conhecimento do problema que poderia levar a irmã à morte, Irmã Dulce fez a promessa de que passaria a dormir em uma cadeira se a gestação terminasse de forma perfeita, o que de fato aconteceu.
Mesmo com enfisema pulmonar, Irmã Dulce cumpriu essa promessa por 30 anos, mas por insistência dos médicos, decidiu abdicar do compromisso visando manter-se por mais tempo nessa vida.
Irmã Dulce, na verdade, só dormia apenas quatro horas por dia, mantendo-se ativa nas demais horas para ajudar o próximo.
Ela foi responsável por inúmeros projetos e instituições filantrópicas que cuidavam da saúde ou da formação cultural e social dos menos favorecidos.
Na década de 80, na visita do Papa João Paulo ao Brasil, recebeu a bênção do pontífice e chegou a ser indicada pelo então presidente José Sarney, em 1989, ao Nobel da Paz.
Em 1992, faleceu em decorrência de problemas respiratórios e recebeu a extrema unção do Papa João Paulo II e no ano de 2000, foi distinguida como Serva de Deus, início do processo de canonização finalizado em outubro de 2019 com a oficialização de seu título de santa.
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