Pesquisador alerta para remoção clandestina de pacientes com Covid-19
Manaus/AM - O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Jessem Orellana, afirmou que vários prefeitos do Amazonas estão fazendo envios clandestinos e em ritmo emergencial de pacientes Covid-19 à capital em veículos particulares ou ambulâncias.
A medida deve-se, de acordo com Orellana, a negativas reiteradas do Complexo Regulador do Amazonas em atender aos pedidos de remoção. Além disso, não há leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em 61 municípios do interior do estado.
"Não há vagas nem para quem mora em Manaus. Muitas dessas pessoas devem estar morrendo em trânsito ou morrerão por mais este grave crime contra a saúde pública dentro das ambulâncias ou na porta de hospitais", disse o pesquisador.
Trabalhadores de saúde que trabalham em pontos estratégicos forneceram as informações em tempo real. "Basta alguém se deslocar para as portas dos hospitais e checar a placa dos veículos", ressaltou Orellana.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) informou que, nas últimas 24 horas, foram realizadas 31 transferências de pacientes Covid-19 e Não Covid-19 do interior para a capital, três de UTI aérea e 28 de ambulância. Quatro remoções estão planejadas para acontecer na manhã desta quarta-feira por UTI Aérea, duas delas de pacientes com a Covid-19.
"Somente nos últimos dez dias foram mais 435 leitos exclusivos para a Covid abertos na rede pública, 100 deles de UTI, o equivalente a quase dois hospitais. Mas está trabalhando no limite da capacidade operacional num momento em que o vírus está em alta transmissibilidade. Portanto, reforça a importância do cumprimento das medidas restritivas de circulação pela população e da adoção de cuidados como usar máscara em qualquer situação, manter o distanciamento social e a higiene das mãos com água e sabão e álcool em gel".
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