Moraes autoriza Eduardo a depor por escrito e manda ouvir Jair Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) preste esclarecimentos por escrito no inquérito que investiga suposta coação a ministros da Corte. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (26), após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Moraes também determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja ouvido, por entender que ele pode ter sido beneficiado pelas ações do filho.
O inquérito foi instaurado após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontar indícios de que Eduardo Bolsonaro estaria articulando, nos Estados Unidos, ações contra autoridades brasileiras, especialmente membros do STF. A investigação inclui o monitoramento e a preservação de postagens do deputado nas redes sociais, conforme ordem de Moraes. A defesa do parlamentar afirmou que a PGR está "agindo politicamente" e que há um "Estado de exceção" no país.
Além de Eduardo e Jair Bolsonaro, Moraes também determinou a oitiva do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) e pediu que o Itamaraty indique autoridades diplomáticas para prestar esclarecimentos. O ministro do STF retirou o sigilo do inquérito, justificando que, conforme a Constituição, não havia razão para manter a investigação em segredo.
De acordo com a PGR, discursos de Eduardo Bolsonaro sugerem que ele buscava pressionar o STF, especialmente Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. A ofensiva do deputado provocou reações no Supremo, inclusive de ministros indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que manifestaram preocupação com os ataques ao Judiciário.
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