Metanol que causou mortes pode ter vindo de um único posto de gasolina
A Polícia Civil de São Paulo acredita que o metanol usado na produção de bebidas adulteradas — responsável por cinco mortes no estado — pode ter sido comprado em um único posto de gasolina.
Segundo o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, os falsificadores adquiriram o produto acreditando se tratar de etanol, mas o combustível estava adulterado com altos níveis da substância tóxica. A investigação também apura se os donos do posto sabiam da contaminação e podem responder por homicídio culposo e associação criminosa.
A polícia não descarta a participação do Primeiro Comando da Capital (PCC) no esquema. O grupo, já investigado por adulterar combustíveis e lavar dinheiro em postos de gasolina, teria lucrado com a venda de etanol contaminado, que acabou sendo usado por falsificadores. “O crime organizado adulterava o etanol para lucrar, e esse etanol contaminado acabou sendo usado por falsificadores de bebidas”, afirmou Derrite.
Durante a operação, uma fábrica clandestina em São Bernardo do Campo foi fechada. O local produzia principalmente vodcas falsificadas, com concentrações de até 45% de metanol — índice considerado letal. Uma mulher foi presa em flagrante e um homem está foragido.
Até o momento, São Paulo registra 23 casos confirmados de intoxicação, cinco mortes e seis óbitos sob investigação. Quinze bares tiveram licenças suspensas por vender bebidas irregulares. O metanol, também conhecido como álcool metílico, é altamente tóxico e pode causar cegueira, convulsões, danos neurológicos permanentes ou morte mesmo em pequenas doses.
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