Investigada por desvio de R$ 45 milhões, ex-prefeita de Ribeirão Preto é presa
SÃO PAULO — Ex-prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), foi presa na manhã desta sexta-feira após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspender uma liminar que garantia sua liberdade provisória. Dárcy é acusada de participar de um esquema que desviou R$ 45 milhões dos cofres públicos do município.
Detida em sua própria residência por volta das 6h, Dárcy foi levada para a sede da Polícia Federal por agentes da PF e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Por quatro votos a um, a 6ª turma do STJ decidiu revogar a liberdade provisória, concedida ao fim do ano passado. O mérito do habeas corpus foi julgado em sessão realizada na quinta-feira.
A ex-prefeita foi em ação da Operação Operação Sevandija, que investigou fraudes e desvios de dinheiro em contratos de licitações de R$ 203 milhões na Prefeitura de Ribeirão Preto. Onze dias após a prisão, a defesa de Dárcy conseguiu, por meio de um pedido de habeas corpus, que ela . Na ocasião, o ministro do STJ Sebastião Reis entendeu que o afastamento do cargo seria o suficiente para interromper a atuação da ex-prefeita durante as investigações.
Outros quatro investigados pelo mesmo caso também retornaram à prisão por decisão da 6ª turma do STJ: Ângelo Invernizzi, ex-secretário de Educação, Davi Mansur Cury, ex-superintendente da Companhia de Desenvolvimento de Ribeirão Preto (Coderp), Layr Luchesi Júnior, ex-secretário da Casa Civil, e Maria Lúcia Pandolfo, ex-funcionária da Coderp.
Segundo o voto do ministro Rogério Schietti Cruz, relator do caso, as medidas alternativas não seriam o suficiente para evitar novas ações do grupo. Schietti também lembrou que parte do dinheiro envolvido nas operações não foi encontrado, o que, em sua visão, permitiria que Dárcy ainda pudesse movimentá-lo de alguma forma se continuasse a responder pelo processo em liberdade.
Outra questão apontada no voto do ministro foram documentos apresentados alegando fragilidade do quadro de saúde de Dercy, que “evidenciam a inexistência de qualquer doença crônica, grave ou que requisite cuidados especiais ou específicos, inviáveis de serem atendidos dentro do sistema penitenciário”.
Ainda, o texto afirma ter sido o maior caso de corrupção e desvio de recursos públicos da história da cidade.
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