O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira (9) os interrogatórios dos oito réus apontados como parte do “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado em 2022. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), esse grupo é o principal responsável pela trama golpista que buscava romper com a ordem democrática. A fase marca a reta final da instrução do processo penal.

O primeiro a depor é o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. Ele firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal e, segundo a PGR, atuava como elo entre Bolsonaro e os demais integrantes do grupo. Cid também é acusado de ajudar a produzir documentos e disseminar informações falsas para desacreditar o processo eleitoral.

Além de Cid, outros sete nomes estão na lista de interrogatórios: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. As audiências seguem até sexta-feira (13), conduzidas pela Primeira Turma do STF. Após essa etapa, acusação e defesa poderão pedir novas diligências antes da fase de alegações finais.

A denúncia da PGR envolve cinco crimes: tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de bem tombado. As penas podem chegar a até 12 anos de prisão, dependendo da acusação individual. A expectativa é que o julgamento aconteça ainda neste ano.