A defesa do ex-deputado Daniel Silveira apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), no domingo (3), um pedido de transferência para um hospital particular na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. Silveira passou por uma cirurgia no joelho em 26 de julho e, segundo os advogados, apresentou febre nos últimos dois dias. Um laudo médico anexado ao pedido indica risco de infecção grave e aponta a necessidade urgente de exames complementares.

A solicitação vem após uma manifestação do ministro Alexandre de Moraes, que havia dado 48 horas para a direção da unidade prisional onde Silveira cumpre pena se manifestar sobre a possibilidade de tratamento na própria Colônia Agrícola Marco Aurélio Vergas Tavares de Mattos, em Magé. O diretor da unidade, André Luiz Monjardim Pinto, afirmou que o local não possui estrutura adequada, nem equipe médica especializada para o acompanhamento pós-operatório.

Moraes autorizou a cirurgia no joelho em 25 de julho, após uma perícia médica comprovar a necessidade do procedimento e parecer favorável da Procuradoria-Geral da República. Silveira, atualmente em regime semiaberto, cumpre pena de oito anos e nove meses por ameaças ao Estado Democrático de Direito e incentivo a atos antidemocráticos.

O ex-deputado já havia sido preso anteriormente em 2021, após divulgar vídeos com ataques ao STF, e voltou à prisão em 2023 por violar medidas cautelares — segundo o Supremo, ele teria desrespeitado essas condições mais de 200 vezes, incluindo passeios não autorizados. A nova tentativa de transferência levanta discussões sobre as condições de saúde e custódia de réus com histórico de reincidência em crimes contra instituições democráticas.