Chilena denuncia líder indígena por estupro no Acre
Uma turista chilena, identificada como Loreto Belen denunciou o líder indígena Isaka Ruy por estupro. O crime teria ocorrido na Aldeia Me Nia Ibu, em Feijó, no interior do Acre.
Segundo a vítima o caso ocorreu durante duas viagens que ela fez à tribo do povo Huni Kuí. Loreto, que é nutricionista e estudante de medicina ancestral estava no local porque tinha comprado um pacote de imersão cultural para aprender mais sobre o povo e processos de cura.
Ela já tinha passado 15 dias na tribo em maio deste ano e voltou ao local no dia 17 de junho para continuar as atividades. Ainda em maio, durante a primeira viagem, Isaka teria tocado em suas partes íntimas e tentando forçar um beijo enquanto realizava um "banho medicinal" na estrangeira.
“Alguns dias depois, fizemos uma dieta nas profundezas da selva por seis dias. Lá, ele tentou me beijar e eu fiquei muito confusa”, disse ao G1.
Loreto afirma ainda que o líder indígena não parou por aí e que em sua segunda viagem, ele partiu para cima dela consumando o estupro. Em suas redes sociais, a chilena falou sobre o assunto e reafirmou que Isaka abusou dela.7
A polícia afirma que a mulher esteve na delegacia, fez a denúncia e apresentou vídeos do crime, uma vez que ela costumava gravar os estudos e rituais que aprendia na tribo. Ela também passou por exames médicos no hospital de Feijó. O delegado Dione dos Anjos disse que Isaka ainda não foi ouvido, mas afirmou que o processe está em andamento.
O indígena nega o crime e disse que irá provar sua inocência. Loreto diz que a família de Isaka soube do ocorrido por ela mesma, mas ao invés de acolhê-la, eles tentaram convencê-la a se desfazer das provas.
"Eles pediram pra eu apagar o vídeo que tinha, tinham muito medo, tanto o pai, a mãe e a mulher dele. Pediram muita desculpa e me convidaram para participar na vivência sem pagar".
Loreto disse que aceitou permanecer na aldeia apenas para continuar conhecendo a medicinal local e sob a promessa de que o fato não se repetiria, mas o estupro foi consumado pouco depois.
“Ele começou a me dizer que queria que eu fosse sua parceira, que sentia amor, que queria tudo comigo e, então, lhe disse que éramos irmãos, que não éramos [casal]. Então, ele começou a se jogar em mim, me beijando e me apalpando até me estuprar. Depois de alguns minutos, (esposa do suspeito) chegou e me bateu com um pedaço de pau gigante. Saí correndo de lá".
Em seguida, familiares de Isaka teriam roubado um dos celulares dela e a expulsaram da aldeia. A polícia deve ouvir o indígena e a família em breve e o caso deve ter novidades após os depoimentos.
ASSUNTOS: Brasil