Bolsonaro nega ligação com tarifaço de Trump e diz não ter como interceder
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (21) que não tem relação com a nova tarifa de 50% imposta por Donald Trump a produtos brasileiros e declarou não ter influência sobre o governo norte-americano. Em entrevista por videoconferência ao blog da jornalista Andréia Sadi, ele afirmou que a medida “não tem nada a ver” com ele e que não possui contatos nos EUA para tentar reverter a situação.
Na conversa, Bolsonaro também minimizou o papel do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nas negociações. Apesar de já ter dito anteriormente que o filho liderava tratativas com autoridades americanas, agora o ex-presidente afirma que ele "não pode falar em nome do governo brasileiro". Segundo Bolsonaro, chegou a aconselhar Eduardo a “medir as palavras”, mas preferiu não comentar se ele deveria retornar ao Brasil.
Bolsonaro também rebateu o destaque dado aos US$ 14 mil apreendidos pela Polícia Federal em sua residência, em operação na última sexta-feira (18). “Você acha que 14 mil dólares é muita coisa? Perto do que tenho no banco, não é quase nada”, disse. O ex-presidente também ironizou o conteúdo do pen drive apreendido no banheiro de sua casa, dizendo que teria apenas “música gospel e foto de família”.
Na entrevista, ele voltou a defender a aprovação de uma anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, inclusive ele próprio. “O Congresso pode discutir isso, é uma prerrogativa dele. O problema é que, quando se fala em anistia, vem alguém do Supremo e ameaça declarar inconstitucional”, criticou. Para Bolsonaro, essa postura inviabiliza qualquer debate.
Mesmo com as medidas restritivas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro declarou que deve participar de reuniões com a bancada do PL no Congresso Nacional. “Sou um animal político, vou continuar discutindo todos os assuntos com todo mundo”, afirmou.
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