Manaus/AM - Cansados de promessas e convivendo com uma rotina de transtornos, os moradores do bairro Japiim 2, na Zona Sul de Manaus, se reuniram, nesta quinta-feira (21), com representantes da Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Município de Manaus (Ageman) para exigir medidas concretas contra o que consideram um descaso por parte da concessionária Águas de Manaus.

As queixas da população são recorrentes e se intensificam a cada nova intervenção da empresa no bairro. Entre os principais problemas relatados estão obras inacabadas, interrupções frequentes no abastecimento de água e uma comunicação precária com os moradores. O cenário tem comprometido diretamente a qualidade de vida da comunidade, gerando impactos na saúde pública, mobilidade urbana e até na economia local.

“As ruas ficam bloqueadas por dias, sem aviso e sem nenhum agente do IMMU para organizar o trânsito. A gente fica preso dentro do bairro e ninguém se responsabiliza”, denuncia José L., morador da região há mais de 20 anos.

As obras, muitas vezes abandonadas ou mal sinalizadas, tornam o deslocamento dentro do bairro um desafio diário. A situação se agrava pelo fato de o Japiim 2 ser um dos principais corredores de acesso ao Distrito Industrial, o que afeta não apenas os moradores, mas também milhares de trabalhadores que circulam pela região.

Os buracos deixados em obras supostamente finalizadas permanecem sem reparo, deixando as ruas em péssimas condições. Além disso, a má qualidade do asfalto e os constantes bloqueios sem aviso têm gerado ainda mais transtornos, com alguns acidentes já registrados durante o período em que o bairro sofre com o descaso da concessionária.

Além dos transtornos físicos, os moradores enfrentam um problema invisível, mas igualmente preocupante: a falta de transparência da Águas de Manaus quanto à cobrança de taxas e serviços. Segundo relatos, não há clareza sobre os valores cobrados, o cálculo das faturas ou mesmo sobre o destino final do esgoto coletado. Essa ausência de informação alimenta a desconfiança e aprofunda o sentimento de abandono.

A reunião com a Ageman foi marcada por cobranças e pela esperança de que o órgão regulador finalmente pressione a concessionária a cumprir suas obrigações. Até o momento, a resposta institucional não passou de promessas de “monitoramento reforçado”, o que, para os moradores, já soa como mais do mesmo.

Enquanto isso, a comunidade segue sofrendo com um serviço essencial prestado de forma ineficiente, sem fiscalização adequada e com impacto direto no cotidiano de milhares de pessoas.

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