Moradora do Japiim 2 acusa Águas de Manaus de impor pagamento de canalização
Manaus/AM - Moradores da Rua Penetração 2, no bairro Japiim 2, Zona Sul de Manaus, relatam indignação com a obra realizada pela concessionária Águas de Manaus. Segundo relatos, a empresa estaria obrigando os moradores a custear a canalização da água de suas residências para a rede pública, sem consulta ou autorização prévia.
Uma moradora, que preferiu se identificar apenas pelo sobrenome, Abrahim, 52 anos, contou que os trabalhos têm causado prejuízos materiais e transtornos diários. "Bem complicado porque a gente passa o dia tentando limpar casa, garagem, a rua, fora os buracos, nossos carros; o meu por exemplo na hora que eu estava vindo na época da obra danificou o meu para-choque, eles nem socorreram. [...] E fora o que eles dizem, né? Que é obrigatório a gente fazer a tratativa do pagamento, se a gente fizer ou não fizer a canalização do jeito que eles querem, o valor vai vir na nossa taxa de qualquer jeito", contou.
O moradora destacou que há anos a comunidade não solicitava esse tipo de intervenção e criticou a falta de diálogo da concessionária. "Há anos a gente não tem essa tratativa do escoamento de água e agora eles vem e obrigam, sem antes fazer uma melhoria com a comunidade.", denuncia.
Além da cobrança, os moradores reclamam da interrupção do fornecimento de água durante o dia. "Não tem, o dia todo não tem água, vem de madrugada. A gente tem que dar nosso jeito de acordar para poder, como eles dizem, "encher os camburão, encher balde para poder a gente ter água", porque não tem durante o dia".
Ele também questionou a real necessidade da obra." A alegação é que eles vão fazer o tratamento da água, do escoamento da água que sai da nossa residência. E a gente quer saber para onde que é esse tratamento. Porque aqui no bairro, por exemplo, no Japiim, nós temos ali o Igarapé, né, que é ali no Manaus 2000, que eles não se preocupem em fazer nenhum tratamento. É constantemente cheio de lixo, fede, tanto que o fedor dele vem para cá para dentro do bairro.".
Outro ponto de indignação é a demarcação das calçadas com tinta azul, indicando que os moradores são obrigados a custear a canalização. “Eu até tirei a marcação da minha calçada. É um absurdo fazer isso sem comunicar nem conversar com quem mora na casa”, concluiu Abrahim, reforçando o descontentamento da comunidade.
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