O caos provocado pela Águas de Manaus e Cigás
A concessionária de água, a Cigás e a Potenza Engenharia, que realizam obras em Manaus, com forte impacto na mobilidade urbana, precisam explicar como se habilitaram para atuar nas ruas de Manaus, mediante o necessário estudo prévio de impacto de vizinhança, previsto no Estatuto das Cidades.
As áreas onde atuam, especialmente a Águas de Manaus, são densamente povoadas e os moradores não foram alertados sobre impactos na mobilidade e o índice de poluição provocado por poeira e lama.
São obras que travam o trânsito, isolam pessoas e destroem a rede asfáltica, já precarizada pelas fortes chuvas do último inverno.
Em outras palavras, essas empresas precisam de regras. Não podem se apropriar de ruas impunemente, abrindo valas, enterrando canos, provocando danos a carros e contribuindo para acidentes. Inerte, o poder público apenas assiste.
Negar que há impacto ambiental e social, que precisam ser mitigados, e embaraços à vida das pessoas, é ignorar que a população de Manaus merece respeito e precisa ser ouvida antes de qualquer atividade privada em seu entorno, ainda que com interesse público.
A Águas de Manaus fala em universalizar o saneamento, mas ao executar o projeto, reduz o tráfego de veículos e a capacidade de mobilização das pessoas.
A Cigás tem um projeto para si mesma, distribuir gás para quem pode pagar, mas mesmo assim deveria trabalhar em cima de regras. Onde estão as licenças para essas obras?
São dezenas de autorizações que devem ser dadas pelo poder público, que também tem o dever de fiscalizar.
Manaus está parando. De um lado, cerca de um milhão de automóveis entulhando as ruas. De outro, a Cigás e Águas de Manaus contribuindo para transformar a cidade em um inferno.
A cidade merece respeito, mas poucos falam por ela.
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ASSUNTOS: Águas de Manaus, Cigás
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.