Crianças são retiradas de área de risco em Caxias do Sul (RS), afetada por chuvas
CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - O número de cidades do Rio Grande do Sul afetadas pelas chuvas subiu para 90 nesta quinta-feira (19), de acordo com balanço divulgado pela Defesa Civil estadual no final da tarde.
Duas pessoas já morreram em decorrência dos estragos e uma segue desaparecida.
Entre as cidades que registraram algum tipo de ocorrência está Caxias do Sul, onde 12 pessoas que estavam em áreas de risco, incluindo crianças, precisaram ser retiradas pelo Corpo de Bombeiros, após a cheia do rio Arroio Pinhal.
Um vídeo feito por volta das 17h desta quarta-feira (18) mostra o momento em que uma das crianças é carregada pelo socorrista para atravessar uma ponte de madeira, com ajuda de cordas, na Vila São Pedro. Ninguém se feriu.
De acordo com a prefeitura, o grupo foi encaminhado para abrigos.
Em todo o estado, cerca de 4.500 pessoas já foram afetadas diretamente pelas chuvas. Na tarde desta quinta, 2.993 pessoas seguiam desalojadas (em casa de parentes e amigos) e 1.583, em abrigos públicos.
As duas mortes ocorreram nas cidades de Candelária e Nova Petrópolis. De acordo com a Defesa Civil, em Candelária, uma mulher de 54 anos morreu e um homem de 65 anos está desaparecido. O casal teria tentado atravessar de carro uma área que estava alagada e foi arrastado.
Na noite desta quinta, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil registrava a morte de mais uma pessoa, em Sapucaia do Sul. Mas a Defesa Civil do Rio Grande do Sul ainda analisa se a morte tem relação ou não com as chuvas.
O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, iniciou nesta quinta uma série de visitas ao estado para monitorar as condições das cidades.
Em Nova Petrópolis, um homem de 22 anos foi retirado do interior de um veículo pelos bombeiros. As circunstâncias estão sendo apuradas.
Cinco cidades no total já aprovaram decreto de situação de emergência no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres. São elas: Dona Francisca, Cerro Branco, Agudo, Nova Palma e Cruzeiro do Sul. Já o município de Jaguari está com decreto de estado de calamidade pública.
No município de Paraíso do Sul, o Hospital Paraíso está sem água e luz. Na cidade de Rolante, por causa do risco de alagamento, 11 pacientes foram transferidos da Fundação Hospitalar para o Hospital de Santo Antônio da Patrulha.
Além disso, 48 pontos de estradas em todo o estado estão bloqueados total ou parcialmente. Até as 18h desta quinta, eram 32 bloqueios totais somente em rodovias estaduais.
A elevação da água em alguns rios que cortam o estado começou a ser observada nesta terça-feira (17). O rio Gravataí, na cidade de Alvorada (região metropolitana de Porto Alegre), atingiu a cota de inundação na manhã de terça.
Na madrugada do dia seguinte, quarta, foi a vez do rio Caí, em São Sebastião do Caí. E, ainda no final da manhã de quarta, a cota de inundação também foi ultrapassada no rio Taquari, em Estrela.
O governador Eduardo Leite (PSD) esteve nesta quarta em São Sebastião do Caí para acompanhar a situação e reforçar os alertas à população.
Segundo a Defesa Civil, o rio Caí quase chegou a 13 metros, "o que representa uma enchente expressiva, embora inferior aos 17 metros registrados em maio do ano passado".
Mas, desde o início da tarde desta quinta, o rio que corta São Sebastião do Caí começou a baixar, assim como o rio Taquari, em Estrela. Ambos, contudo, permaneciam acima da cota de inundação.
De acordo com o Climatempo, a chuva não desaparece nesta sexta-feira (20) e neste sábado (21), mas adota padrão mais pontual e menos intenso.

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