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Alvoroço de multidões fez execução de bandidos por guilhotina ser proibida

Por Portal Do Holanda

04/08/2021 15h24 — em
Curiosidades


Foto: Ilustração

Após ser condenado pelo assassinato de seis pessoas, o alemão Eugen Weidmann foi o último criminoso executado em público com a famosa guilhotina, equipamento usado na França até o início do século passado.

Weidmann foi guilhotinado em 17 de junho de 1939, em Versalhes, no exterior da prisão Saint-Pierre, fato comum até então, com as pessoas indo à loucura diante do espetáculo. Por conta do alvoroço, o local da sentença teve que ser alterado e seu cumprimento, adiado em várias horas.

As execuções públicas com guilhotina tornaram-se comuns durante a Revolução Francesa (1789 a 1799), quando as multidões se reuniam para ver, literalmente, cabeças rolando em praça pública.

Esse comportamento “histérico” dos espectadores durante a execução de Eugen, levou o presidente da república da época, Albert Lebrun, convencer o governo a proceder às execuções no interior da prisão onde se encontrava o condenado à morte, longe das possíveis “emoções populares”.

A utilização da guilhotina para execuções no interior das prisões  continuou, embora cada vez mais raras, até o dia 10 de setembro de 1977, quando foi executado Hamida Djandoubi.

A pena de morte foi abolida na França em 30 de setembro de 1981, por meio de um decreto do então presidente François Mitterrand.

ASSASSINO CONFESSO

Eugen Weidmann foi condenado à morte depois de confessar o assassinato de seis pessoas. Teria começado a roubar quando ainda era menino, após perder a família na Primeira Guerra Mundial e com o tempo, aumentou a gravidade dos delitos, o que o levou a ficar preso cinco anos na Alemanha.

Na prisão, fez amizade com Roger Million e Jean Blanc e ao sair da cadeia, decidiram ir para a França sequestrar turistas ricos, mas não tiveram sucesso.

Em 1937, Eugen e os comparsas raptaram uma jovem socialite de Nova York chamada Jean de Koven, que visitava familiares em Paris. Aos 22 anos, a moça acabou sendo assassinada pelos criminosos antes que o pagamento do resgate fosse realizado.

O trio matou outras cinco pessoas nos arredores de Paris, naquele ano de  1937, após roubá-las.

Eugen foi preso quando esqueceu um cartão de visita no escritório de uma das vítimas, Raymond Lesobre e a polícia seguiu a pista. Sua captura foi difícil, porque ela era agressivo e trocou tiros com os policiais. Chegou a levar algumas marteladas na cabeça para ser controlado.

Após confessar os crimes, Eugen foi julgado juntamente com seus comparsas por uma corte em Versailles. Mas Jean Blanc e Roger Million foram sentenciados à prisão perpétua, enquanto ele foi o único a ser condenado à execução em praça pública na guilhotina.

Para o governo, a decapitação pública deveria servir de exemplo e desencorajar a criminalidade na França. Mas com a reação histérica na decapitação de Eugen, o governo mudou de ideia até abolir totalmente a pena de morte.


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