O jornalista investigativo Wayne Madsen andou causando reboliço ao publicar a sua mais nova teoria da conspiração. Segundo uma coluna no site do norte-americano, a CIA, serviço de inteligência e espionagem do governo dos EUA, seria responsável pela morte de Eduardo Campos, candidato à Presidência da República nas eleições de 2014 que faleceu no dia 13 de agosto em um trágico acidente de avião durante sua campanha política.

"A derrota de (Dilma) Rousseff seria um sinal de vitória para a administração de Obama, que quer tirar de cena presidentes progressistas na América Latina", diz Madsen em seu texto, que afirma que o objetivo do 'acidente' seria a consequente substituição do presidenciável por Marina Silva, ameaçando assim a campanha de reeleição da atual presidente. 

_{^{O jornalista investigativo norte-americano Wayne Madsen.}}

"Marina Silva, que é pró-Israel e seguidora da igreja pentecostal Assembleia de Deus, é muito mais a favor dos empresários e dos Estados Unidos do que Rousseff, do esquerdista Partido dos Trabalhadores", continua Wayne, afirmando que Dilma e os BRICS  (grupo de países emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão tentando "desafiar a supremacia no Banco Mundial operado pelos EUA" e por isso o país teria interesse em tirar de cena alguns desses líderes, o que poderia acontecer com Dilma caso Marina vença as eleições.

O jornalista, chamado também de conspirador, ainda diz que Marina é uma "marionete" do empresário húngaro George Soros, famoso especulador na bolsa de valores norte-americana e um dos maiores financiadores da campanha de Barack Obama à Presidência dos EUA em 2008. Para Madsen, Marina participa de um suposto movimento internacional chamado "Terceiro Caminho", do qual participariam Bill Clinton, Tony Blair, o presidente francês François Hollande e Fernando Henrique Cardoso, entre outros políticos e empresários. Ele chega a insinuar que Campos também participava do movimento. Wayne, no entanto, não apresenta evidências de nenhuma das afirmações de sua teoria de conspiração.

"Quando se torna vantajoso matar um membro do 'Terceiro Caminho' para promover outro, não há problema em eliminar alguém como Eduardo Campos para abrir caminho para uma política mais popular (e controlada) como Marina Silva, especialmente se os interesses de Israel e Wall Street estão em questão", diz.

E cita outros políticos da América do Sul que morreram em circunstâncias consideradas 'misteriosas', como  Os presidentes Jaime Roldos Aguilera, do Equador, e Omar Torrijos, do Panamá (ambos morreram em acidentes aéreos em 1981), e segundo o jornalista, a impressão digital de um ex-agente da CIA foi encontrada nas cenas das duas tragédias.

"Uma análise da história pós-Segunda Guerra Mundial revela que, de todas as maneiras que serviços de inteligência usaram para eliminar ameaças politicas e econômicas, assassinato por queda de avião aparece em segundo lugar, logo após acidentes de carro e envenenamento, e pouco antes do uso de armas de fogo e munição, como o modus operandi favorito da CIA para assassinatos políticos", acrescenta.

Segundo o americano, o fato do modelo do avião que levava Eduardo Campos ser extremamente sofisticado e a falta de registros de voz na caixa preta, além da agência norte-americana chamada para auxiliar nas investigações, seriam indícios de que a morte teria sido planejada pela CIA.

Madsen exibe as pesquisas eleitorais recentes do Brasil, que preveem uma eventual vitória de Marina Silva caso houvesse segundo turno, e diz que este seria o 'sucesso' que a operação dos EUA vinha buscando. Mas o próprio desacredita as pesquisas, dizendo que seriam  "artifícios de agência de inteligência ocidentais e corporações, usadas para induzir a opinião pública e engatar uma programação previsível de controle da população".

Nil Nikandrov, outro colunista da Fundação de Cultura Estratégica, concorda com as afirmações do colega jornalista e escritor, e publicou um texto semelhante, intitulado "Candidata apoiada pela CIA concorre à Presidência do Brasil".

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