A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar nesta sexta-feira (9) a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti por crimes relacionados à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os dois foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica. O julgamento ocorre no plenário virtual e os ministros têm até 16 de maio para votar.

Segundo a PGR, Zambelli teria contratado Delgatti para executar ataques coordenados contra o CNJ, com o objetivo de desacreditar o Judiciário e estimular atos antidemocráticos. A denúncia aponta que o hacker produziu um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes a pedido da deputada. Para os procuradores, a conduta de Zambelli revela descompromisso com o mandato e tentativa de desestabilizar as instituições.

A defesa da parlamentar nega as acusações e afirma que não há provas que sustentem a denúncia. Os advogados alegam que o único vínculo entre Zambelli e os crimes seria o testemunho de Delgatti, que, segundo eles, é um “mitômano” sem credibilidade. Já a defesa do hacker diz que ele confessou o crime e agiu a partir de promessas de emprego feitas por Zambelli, além de colaborar com as investigações da Polícia Federal.

Além deste caso, a deputada também é ré no STF por porte ilegal de arma, devido ao episódio em que perseguiu um homem armada pelas ruas de São Paulo. Na ocasião, o ministro Nunes Marques pediu vista do processo quando já havia maioria de votos pela condenação e cassação do mandato. O julgamento será retomado após a devolução do caso ao plenário.