O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), convocou os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para prestar depoimento no inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) serão ouvidos no dia 16 de julho, por videoconferência, na condição de testemunhas de defesa de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência acusado de participar da elaboração da chamada “minuta do golpe”.

Os depoimentos fazem parte da fase de instrução do processo que apura a atuação do chamado “Núcleo 2”, formado por seis réus, incluindo ex-assessores e autoridades da área de segurança. Eles respondem pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada e dano ao patrimônio público. Também estão no grupo o ex-diretor da PRF Silvinei Vasques e o general da reserva Mário Fernandes.

Segundo o cronograma, as oitivas de acusação e defesa ocorrerão entre os dias 14 e 21 de julho. No dia 14, será ouvido o tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração premiada. Ao todo, 118 testemunhas foram indicadas no processo, e autoridades com prerrogativa de foro poderão escolher data e local para o depoimento. As defesas têm cinco dias para solicitar ajustes no calendário.

Na mesma decisão, Moraes rejeitou pedidos para ouvir como testemunhas nomes como Jair Bolsonaro, Anderson Torres e Walter Braga Netto, ao afirmar que a jurisprudência do STF não permite a oitiva de corréus e réus em processos relacionados. O ministro também descartou preliminares das defesas, como alegações de cerceamento de defesa e suspeição de ministros, já analisadas e rejeitadas pelo Supremo.