Leia a íntegra do documento da PGR que pede condenação de Bolsonaro
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus por participação em uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, Bolsonaro é apontado como líder de uma organização criminosa que planejou e executou atos para romper a ordem democrática. O ex-presidente teria usado a máquina pública e o apoio de militares para propagar informações falsas e desestabilizar as instituições.
Em um documento de 517 páginas, sendo 137 dedicadas exclusivamente a Bolsonaro, a PGR afirma que ele foi o principal articulador da trama golpista e o maior beneficiário das ações. Gonet aponta que o então presidente instrumentalizou o Estado para atacar o sistema eleitoral, desacreditar o processo sucessório e tentar se manter no poder de forma ilegítima. A Procuradoria ressalta que as declarações de Bolsonaro ultrapassaram o limite do debate democrático e funcionaram como incitação à ruptura institucional.
A PGR também acusa Bolsonaro de espalhar, de forma sistemática, dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas. Segundo o órgão, documentos da Polícia Federal mostram que o grupo bolsonarista planejou uma campanha coordenada para questionar o sistema de votação e estimular rebeliões contra o resultado das eleições. A Procuradoria ainda citou o uso de recursos públicos, como transmissões oficiais e órgãos como a Abin, para legitimar discursos falsos e minar a confiança da população no processo eleitoral.
Além de relembrar episódios como os discursos de 7 de Setembro de 2021, a PGR destacou que Bolsonaro foi eleito seis vezes pelo sistema eletrônico que depois passou a atacar. Para Gonet, o ex-presidente transformou sua posição institucional em ferramenta de desestabilização democrática e pode ser condenado a mais de 40 anos de prisão caso a Justiça aceite as acusações.
Veja o documento da PGR na íntegra:
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