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Denúncia que motivou operação no Rio usou mensagens de WhatsApp como prova

Por Portal Do Holanda

01/11/2025 22h08 — em
Brasil


Foto: Reprodução

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) revelou que mensagens de WhatsApp e vídeos de drones foram fundamentais para comprovar a estrutura e o funcionamento do Comando Vermelho (CV) na capital fluminense. As provas embasaram a megaoperação realizada na última terça-feira (28), nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em 121 mortes — entre elas, quatro policiais.

De acordo com o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), a denúncia, baseada em investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), aponta 69 acusados de associação para o tráfico. O relatório detalha a hierarquia da facção e identifica Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, como principal liderança do CV na Penha e em outras comunidades da Zona Norte do Rio. Doca conseguiu escapar da operação e continua foragido.

O documento mostra que o grupo mantinha uma cadeia de comando rígida, com punições severas a quem desobedecesse às ordens. Entre os principais aliados de Doca estão Pedro Paulo Guedes, o Pedro Bala, e Carlos Costa Neves, o Gardenal, ambos apontados como gerentes-gerais do tráfico. Conversas interceptadas revelam que os chefes da facção usavam grupos de WhatsApp para autorizar execuções, planejar ataques e até coordenar a utilização de drones para monitorar o avanço da polícia.

As mensagens também indicam que Gardenal e outros líderes determinavam castigos a moradores e “vapores” — responsáveis pela venda de drogas — que contrariassem ordens. Em um dos trechos da denúncia, Gardenal ordena a execução pública de um subordinado. As conversas mostram ainda a negociação de veículos roubados, o controle das “bocas de fumo” e o uso de empresas de fachada para lavagem de dinheiro. Outro criminoso citado, Juan Breno Malta Ramos, o BMW, aparece como gerente do tráfico na Gardênia Azul e responsável pelo treinamento de novos integrantes armados.

O MPRJ afirma que a análise das mensagens e dos registros eletrônicos foi essencial para mapear o funcionamento da facção e subsidiar os pedidos de prisão que levaram à operação — considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro. As investigações seguem em andamento para localizar os foragidos e desarticular o restante da estrutura criminosa do Comando Vermelho.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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