O homem que dizia que te amava
- Todo mundo tem o direito de manifestar indignação, mas crimes bárbaros ocorrem exatamente porque pessoas “boas” conspiram contra outras. E porque pessoas “boas” de repente se transformam e matam por qualquer razão.
Um crime violento desvendado pela polícia nesta quinta-feira abalou Manaus, pela extrema crueldade com que foi praticado. Uma mulher foi assassinada, sua barriga aberta com uma faca, uma criança de oito meses retirada de seu ventre, enquanto seu corpo, envolvido em óleo diesel e colocado em camburão - era queimado. O criminoso admitiu que jogou a criança no Rio Negro.
Uma notícia que estragou o café da manhã e embrulhou muitos estômagos.
Uma história de terror associada a paixão e ao ódio. A vítima, Débora, 18 anos. O criminoso, o pai do bebê, Gil Romero Machado, incomodado com a gravidez e disposto a tudo para não ser associado à criança. A causa da extração do bebê do útero da mãe foi o fato de que eventual exame de DNA identificasse que ele era o pai.
A notícia do crime inundou as redes sociais, com muita gente abalada. Mensagens revelando espanto, mas também ódio.
Todo mundo tem o direito de manifestar indignação, mas crimes bárbaros ocorrem exatamente porque pessoas “boas” conspiram contra outras. E porque pessoas “boas” de repente se transformam e matam por qualquer razão.
Esse tipo de crime é planejado, alimentado por medos, intrigas e ódio. Não tem ninguém essencialmente bom ou terrivelmente mau. Tem gente que não tem controle sobre si mesma, seus erros, paixões, medos e fracassos.
É compreensível a indignação geral, mas esse é o momento para cada um se olhar no espelho e se perguntar onde está o freio que precisa ser acionado em momentos de insegurança e medo, ou como podermos dominar nossa raiva, nosso ódio, nossa incapacidade de compartilhar emoções e revelar segredos.
O que torna uns menos ruins que outros é essa capacidade de pisar no freio para não invadir a privacidade nem atentar contra a vida de outras pessoas. Mas esse freio só funciona quando nos empenhamos no difícil aprendizado de conhecer a nós mesmos…
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.