"Nego" confessa participação na morte de grávida em Manaus e revela detalhes chocantes
Manaus/AM - A polícia falou na manhã desta sexta-feira (4), sobre a prisão de José Nilson Azevedo da Silva, conhecido como “Nego”, suspeito de participar da morte da grávida Débora da Silva Alves, 18 anos.
De acordo com a delegada Débora Barreiros, o crime foi planejado e executado pelo pai da bebê que a vítima esperava, Gil Romero Machado Batista, 41. Nego participou da ocultação do corpo.
Segundo a delegada, Romero era casado e teve um caso extraconjugal com Débora, mas a jovem acabou engravidando. Contudo, Romero não aceitou a gestação e chegou dar remédio para Débora abortar, mas o medicamento não funcionou e a vítima decidiu levar a gestação até o final.
Nesse período, os dois romperam, mas no último sábado (29), ela recebeu uma ligação de Romero. O homem marcou um encontro com ela com a promessa de que lhe daria dinheiro para ajudar a comprar um berço para a filha.
Porém, ele já tinha arquitetado o assassinato da jovem e Nego a aguardava no local do crime, uma usina no bairro Mauazinho, onde Romero trabalhava como vigilante. Segundo o acusado, até então, ele não sabia que participaria do assassinato da jovem.
“Nego era gerente do boteco do Romero, era uma pessoa de confiança dele. No dia do crime, ele chamou esse homem até o local onde ele trabalhava como vigilante em uma usina (...) ele já tinha costume de ir nesse local porque os dois estavam saqueando, roubando fios e equipamentos. O Nego vai até o local, entra e fica esperando pelas ordens dele”, detalha.
Enquanto o homem aguardava, Romero saiu da usina, por volta das 11h30, e foi ao encontro de Débora para atraí-la para a emboscada.
“Romero vai ao encontro de Débora tentando fazer as pazes porque há cerca de um mês ele tinha tentado contra a vida dela. Diz para ela que ele era casado, mas que estava disposto a ajudar com as despesas da criança (...)Ela cai na história, vai para o carro com ele e é levada para a usina”, diz a delegada.
Nesse período, colegas de Romero procuraram por ele no local e não encontraram. Com medo de ser descoberto, Nego ligou para Romero e foi encontrá-lo em outro ponto da usina.
“Ele (Romero), disse: 'Eu precisava que você venha até o meu carro'. Ao chegar no carro, a moça já se encontrava morta, segundo a versão do Nego, aparentemente asfixiada. Ele diz que o Romero estava armado e que se sentiu obrigado a ajudar nessa ocultação de cadáver”.
Nego contou à polícia que a partir daí, os dois carregaram o corpo de Débora até um local onde Romero já tinha deixado um camburão e colocaram a jovem dentro.
“O corpo foi levado para o galpão, foi ateado fogo, foi colocado dentro de um tonel que já se encontrava ali. Ele conta que ela não foi carbonizada totalmente porque aquele óleo era de difícil combustão, foi misturado o combustível com diesel e gasolina. Depois o tonel foi fechado e jogado na área de mata da própria empresa onde Romero trabalhava”.
A delegada conta que após o crime, Nego entrou em um carro vermelho e foi embora enquanto Romero continuou trabalhando normalmente. O suspeito foi identificado pela polícia por meio de câmeras de segurança da usina que registraram a chegada do carro dele e também de Romero.
Após ser localizado e preso, Nego acabou entregando o local onde a vítima estava e contou toda a dinâmica do crime para a polícia.
A essa altura, Romero já tinha fugido e, desde então, está sendo procurado pela polícia.
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