Manaus/AM — Joyce Xavier e Bruno Freitas, pais do menino Benício Xavier, organizaram uma manifestação nesta segunda-feira (1º) em frente ao Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam-AM), no bairro Flores, para cobrar justiça pela morte do filho.

Segundo a família, o órgão informou que está acompanhando e apurando o caso. Os pais pedem que a médica Juliana Brasil seja responsabilizada pelo erro médico que, segundo eles, custou a vida de Benício, e que não volte a atuar colocando em risco outras crianças.

Joyce também afirmou não entender a decisão da Justiça que negou o pedido de prisão de Juliana. “Ela não tem postura de médica. Médico salva vidas. Ela não salvou a vida do meu filho (...) Por que o médico daquele outro caso da criança que morreu foi preso e ela não? A gente fica sem resposta”, disse Joyce.

Durante entrevista, a mãe relembrou os últimos momentos do filho e criticou a postura da médica diante da situação. “Quando ela chegou para ver meu filho, não tinha ação, não sabia o que fazer, não saía do celular. Em nenhum momento ela acudiu o meu filho. A equipe de enfermagem estava ajudando mais do que ela própria. Para nós, parecia que ela estava no celular pedindo ajuda de alguém, porque nem ela sabia como conduzir a situação”, relatou.

O pai de Benício reforçou a versão e afirmou que foi a equipe de enfermagem quem prestou assistência ao menino diante da falta de iniciativa da médica. “Em nenhum momento percebemos a atenção que nosso filho merecia naquele momento, um apoio mais médico, mais científico, alguém que demonstrasse conhecimento e segurança. Inclusive, mal me lembro dela dentro da enfermaria. Em um momento, entrei e ela estava no celular; saiu, fechou a porta e fiquei sozinho com meu filho”, disse Bruno.

O casal também questionou a postura do hospital em contratar uma médica sem especialização para atender pacientes infantis e uma técnica de enfermagem sem experiência adequada. Além disso, criticaram a ausência de acompanhamento do setor farmacêutico. “Não houve acompanhamento de um farmacêutico. Será que um profissional não teria observado que 9 ml é uma quantidade imensa para uma criança de 21 kg, 6 anos? Para que essa dosagem? O farmacêutico poderia ter sido alguém que salvaria a vida do meu filho”, desabafou Bruno.