Aspirina pode evitar aborto espontâneo, afirma estudo
Um estudo recente indica que o uso de aspirina e heparina pode ser eficaz na prevenção de abortos espontâneos recorrentes, possivelmente relacionados ao anticorpo anti-b2GPI/HLA-DR. A pesquisa teve como base a síndrome antifosfolipídica, uma doença autoimune que pode levar à interrupção involuntária da gestação. A pesquisa anterior, de 2020, já havia encontrado esse anticorpo em cerca de 20% das 227 mulheres com histórico de abortos recorrentes.
Na nova investigação, 462 mulheres foram analisadas quanto à presença do anticorpo, e 47 delas foram incluídas na fase final do estudo. Essas participantes foram divididas em dois grupos: um que recebeu tratamento com aspirina e heparina, e outro que não fez uso dos medicamentos. No grupo que utilizou os remédios, 87% das mulheres tiveram uma gestação bem-sucedida, em comparação com 50% no grupo sem tratamento. Além disso, as complicações na gravidez foram significativamente menores no grupo medicado (6% contra 50%).
O estudo também revelou resultados positivos para mulheres sem fatores de risco pré-existentes. Entre as tratadas, 14 tiveram nascimentos bem-sucedidos, em comparação com apenas 7 no grupo sem o tratamento.
Apesar dos resultados promissores, os autores ressaltam que os dados são preliminares. A amostra relativamente pequena e a natureza observacional da pesquisa limitam a capacidade de estabelecer uma relação causal clara entre o uso dos medicamentos e os resultados. Estudos clínicos randomizados, que oferecem maior rigor científico, estão previstos para o futuro, segundo Kenji Tanimura, um dos principais pesquisadores do estudo. Ele afirma que esse próximo passo ajudará a consolidar a eficácia dos tratamentos em questão.
ASSUNTOS: Saúde e Bem-estar